Um carnaval em Curitiba foi o ponto de partida para a história de Marlom Sucuma e Jéssica Vieira, casal que hoje é um dos mais comentados do novo reality show da Globoplay, “Terceira Metade”. O programa, que estreou recentemente e já aparece entre os três mais assistidos da plataforma, propõe uma imersão em relacionamentos poliamorosos e não-monogâmicos, trazendo à tona conversas que desafiam o modelo tradicional de amor romântico.
Jéssica e Marlom se conheceram no Baile Bom, tradicional festa carnavalesca da Sociedade 13 de Maio, em Curitiba, e desde aquele dia não se desgrudaram mais. Quando a relação começou a tomar forma, Jéssica, que já vivia a não-monogamia há quatro anos, decidiu abrir o jogo: “Falei pra ele que era algo importante na minha vida e perguntei se fazia sentido pra ele. Ele respondeu: ‘só vou saber se a gente tentar’.”
Com o tempo, o casal firmou o namoro e, sete meses depois, foi convidado a participar do reality. O convite chegou via mensagem no Instagram para Jéssica, enviada por uma produtora da atração. A proposta poderia tomar dois rumos: ela poderia entrar sozinha ou com um parceiro. Jéssica quis dividir a experiência com Marlom. “Na hora ele topou. Nem pensou. Isso me marcou”, lembra.
Apesar de estarem juntos há menos de um ano quando embarcaram para as gravações, eles sentiram que a base da relação era sólida o suficiente para encarar o desafio. “A gente sabia que se desse errado era porque já tinha algo mal resolvido antes. E não era o caso”, reflete Jéssica.
Tabus, família e aceitação
Para além das dinâmicas entre os participantes, o programa também mexeu com os bastidores da vida do casal. “Minha mãe é conservadora. Foi bem difícil contar. Eu só contei mesmo uma semana antes da estreia”, admite Jéssica. “Foi mais um comunicado do que uma conversa. Eu precisava viver essa experiência, e ela não podia ser o limite.”
Já Marlom, nascido na Guiné-Bissau e há quase 10 anos no Brasil, preferiu manter discrição com a família, dizendo apenas que viajaria a trabalho. Pai solo, ele manteve contato frequente com a filha durante as gravações.
A proposta do programa provocou reações divididas. Ainda assim, o casal relata que a recepção tem sido mais positiva do que imaginavam. “A gente achou que seria um massacre, mas está sendo o contrário. Tem hater? Sempre tem. Mas muita gente veio dizer que repensou o próprio relacionamento por causa do que viu”, conta Jéssica.
Com apenas três episódios no ar, “Terceira Metade” já se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. O casal curitibano segue ganhando destaque não só pela autenticidade com que encara a experiência, mas também pela coragem de viver e compartilhar um amor fora do script.
“Em que mundo paralelo a gente teria a chance de viver 40 dias intensamente, só focados em experimentar e aprender sobre a relação? Essa oportunidade não ia acontecer de novo”, conclui Jéssica.
Sobre o programa
“Terceira Metade” é apresentado por Deborah Secco e conta com a participação da psicanalista Regina Navarro Lins, referência nacional em temas ligados ao amor, sexualidade e relacionamentos. O reality propõe uma nova abordagem: casais poligâmicos em busca de uma terceira pessoa para completar suas relações.
Gravado em uma casa à beira-mar, o programa reúne quatro casais que passam por experiências afetivas e emocionais intensas. Ao longo de 10 episódios, distribuídos em blocos semanais, sendo três liberados na estreia, quatro no segundo bloco e os três finais posteriormente, o público acompanha as descobertas, dilemas e conflitos vividos pelos participantes.
Alana Morzelli, sob supervisão de Mario Akira