O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou por feminicídio,ocultação de cadáver e fraude processual Marcelo Alves, 40 anos, no Caso Raíssa, que chocou moradores de Curitiba. Ele é acusado pela morte de da jovem Raissa Suellen, de 23 anos, no dia 2 de junho em Curitiba.
A vítima era natural do estado da Bahia e residia em Curitiba havia três anos. Ela foi morta por asfixia após resistir a investidas do denunciado contra ela.
As apurações da polícia sobre o caso apontaram que a vítima, que havia obtido o título de Miss Serra Branca em sua cidade natal, conhecia o denunciado desde a adolescência e com ele teria estabelecido uma relação de confiança, passando a vê-lo como uma figura paterna.
Com a promessa de obtenção de melhores oportunidades de trabalho, nutridas pelo denunciado, que tem 40 anos, a jovem mudou-se para Curitiba. No dia do crime, sob a falsa promessa de que viajariam para São Paulo em busca de uma oportunidade de emprego, a vítima embarcou no carro do denunciado, sendo levada, no entanto, para a residência dele, em Curitiba. No local, após fazer uso de dissimulação para atrair a vítima até ali, o denunciado passou a investir contra a jovem, que resistiu às tentativas. Diante das negativas dela, o acusado a matou por asfixia.
O carro utilizado não era de sua propriedade, tendo sido emprestado por um outro homem, também denunciado pela participação nos fatos. Na tentativa de ocultar o crime, o homicida e um cúmplice que morava na mesma casa alteraram a cena do crime, apagando seus vestígios, e ocultaram o cadáver, enterrando-o em uma área de mata no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.
O denunciado pelo Caso Raissa, que era humorista, confessou a autoria dos crimes e está preso preventivamente.
A denúncia foi oferecida nesta segunda-feira, 23 de junho, pela 6ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida e sustenta a prática dos crimes de feminicídio (praticado no contexto de violência doméstica e familiar e por menosprezo à condição de mulher) – majorado pelo emprego de asfixia e de recurso que dificultou a defesa da vítima –, ocultação de cadáver e fraude processual.
Além de oferecer denúncia contra o humorista e o filho dele, o MPPR também pede que a Justiça fixe uma indenização mínima de R$ 400 mil à família de Raíssa como forma de “reparação dos danos morais e materiais”.
Caso Raissa: Outro denunciado pela morte de jovem
Para a prática dos crimes, o autor contou com a participação do outro homem, que com ele residia e com quem mantinha uma relação de pai e filho. Dhony de Assis, 26 anos, teria sido o responsável por conseguir o empréstimo do veículo utilizado para levar a vítima até o local onde ela foi morta. Ele foi denunciado pelos crimes de fraude processual e ocultação de cadáver e segue sendo investigado por eventual participação no feminicídio, estando, inclusive, preso temporariamente no âmbito desta investigação, que deve ser concluída em até 30 dias.