Cenário de mais uma produção, Curitiba consolida seu espaço no audiovisual

O longa ‘ A Arte do Roubo’, que deve chegar aos cinemas em 2026, mostra grandes locações da capital paranaense

Lívia Berbel
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Gravação de “A Arte do Roubo”, em Curitiba: cidade tem locações ideais para a cinematografia (Luisa Mainardes)

Quem não gosta de um “filme de roubo”? Essa é a proposta do novo longa que está sendo gravado em Curitiba desde o início deste mês. Dirigido por Marcos Jorge, ‘A Arte do Roubo’ promete ter ação, suspense, mas, também, diversão e reflexões sobre a arte brasileira. Em menos de 3 anos, essa é pelo menos a quinta grande produção feita na capital paranaense.

O novo longa de Marcos Jorge, que também dirigiu ‘Estômago’ e ‘Estômago 2’, reúne atores conhecidos da televisão brasileira. Entre eles, Carla Diaz, Débora Nascimento, Reynaldo Gianecchini, Bukassa Kabengele e mais. Além disso, fora os atores principais do longa, artistas locais integram o elenco e produção.

Em entrevista ao Bem Paraná, eles contaram um pouco sobre o papel de Curitiba na trama. “A gente tem muitas locações que mostram a cidade. E, vamos dizer assim, que é um presente também para todo curitibano e para o Brasil, que vai se surpreender com locações incríveis. Eu mesma me surpreendi, porque eu não via Curitiba por esse prisma, por esse olhar”, contou Débora Nascimento, que interpreta Alice, circense e parceira da personagem de Carla Diaz.

Para Reynaldo Gianecchini, que já esteve em Curitiba com o longa ‘Uma Família Feliz’, a experiência de voltar com um filme tão diferente também está sendo especial. “É muito gostoso a gente sair também do eixo de São Paulo e Rio. Curitiba é uma cidade muito interessante. Eu acho incrível esse deslocamento pra gente fazer esse trabalho aqui, porque, por exemplo, a gente achou as locações mais incríveis. A história se passa toda no museu, e aqui foi o Niemeyer, um dos nossos museus mais bonitos do Brasil”, disse o ator que faz o antagonista da trama, Wagner.

Entre as locações do filme, estão o Museu Oscar Niemeyer, o Circo da Cidade, além da Casa Barrozo, Restaurante Durski, Fun’iki e até o Porto de Paranaguá, no Litoral do Paraná. Como a trama explora o roubo de artes, obras originais de artistas brasileiros estarão presentes na trama também, como Vick Muniz, Adriana Varejão, No Martins, Joseca Yanomami e Luiz Zerbini.

Carla Diaz, que há poucos dias viralizou com um vídeo indo ao mercado na cidade, também se apaixonou por Curitiba e até tentou encontrar as capivaras no Parque Barigui – embora as capivaras estivessem bem escondidas, conforme relato da atriz.

“Os conteúdos aqui tem viralizado muito. A quantidade de curitibanos que tem visto e acolhido é impressionante. É uma cidade incrível, maravilhosa, mas que até então a gente não via, talvez, em tantas produções. Já fui no Parque Barigui, já fui, óbvio, também nos mercados, no Jardim Botânico, que foi encantador. Acho que é importante a gente falar do nosso país, da nossa cultura também, é o que a gente tem de bonito. Eu acho que valorizar a cidade, mesmo que não seja minha, também é meu papel como artista, sabe?”, refletiu a atriz que interpreta Lia na trama.

A “Arte do Roubo” traz trama inédita de ação para o Brasil

O longa, com estreia prevista para 2026, promete encantar o público com muita ação. A história da trama acompanha Alice (Débora Nascimento) e Lia (Carla Diaz), duas artistas de circo idealistas, que são envolvidas por Wagner (Reynaldo Gianecchini) num plano para roubar colecionadores de arte. Traídas, Lia e Alice se unem, cinco anos depois, para se vingar, roubando o museu administrado por Wagner.
O sub-gênero Heist film, ou filme de assalto, é popularmente conhecido nas produções norte-americanas.

Mesmo com essa fama, Marcos Jorge decidiu trazer a novidade para o Brasil e “abrasileirar” o gênero. Para os atores, filmes de gênero no Brasil são uma grande vitória para o audiovisual.
“Quando você está num país que é seu, você precisa trazer pra você. Qualquer coisa que seja do mundo precisa ser entendida dentro da sua cultura também. A gente precisa trazer o nosso sotaque, a nossa cultura, o nosso entendimento. O cinema brasileiro é bom, tem uma tradição muito boa. Esse gênero não é muito presente no audiovisual daqui, mas está sendo muito bem feito”, opinou o ator Bukassa Kabengele, o César em ‘A Arte do Roubo’.

Gianecchini também declarou seu amor pelo cinema de gênero. “É o segundo filme de gênero que eu faço aqui em Curitiba, né, porque ‘Uma Família Feliz’ é um thriller, que também a gente não faz muito. Então eu tô adorando essa fase da minha vida, que eu também não tô fazendo mais novela, experimentar coisas que eu nunca fiz. Acho que a gente merece. O brasileiro também merece assistir coisas boas e nossas que ainda não foram contadas.”

O filme ‘A Arte do Roubo’ é uma produção da INTRO Pictures e Zencrane Filmes, com coprodução da Star Original Productions  distribuição da Star Distribution.

Curitiba no centro do audiovisual

Há alguns anos, Curitiba tem sido a escolha de grandes produções do cinema brasileiro. Em 2022, ‘Uma Família Feliz’ rodou na capital paranaense, baseado no livro de Raphael Montes. Em 2023, Curitiba esteve no roteiro de três grandes produções cinematográficas: Estômago 2 – O Poderoso Chefe, Torniquete e Traição entre Amigas, dirigidas por Marcos Jorge, Ana Catarina Lugarini e Bruno Barreto, respectivamente.
Em 2024, no ano passado, outro filme de Marcos Jorge rodou na capital paranaense: o longa Doutor Monstro, baseado em uma história real ocorrida em São Paulo. O filme será lançado no segundo semestre deste ano.

Nesta semana, no set de gravação de ‘A Arte do Roubo’, o prefeito Eduardo Pimentel mostrou o interesse em continuar com as produções em Curitiba. “Queremos cada vez mais fortalecer a Curitiba Film Commission, atrair produções, gerar empregos e promover nossa cidade como polo de cinema e criatividade”, afirmou o prefeito. A Curitiba Film Commission é o órgão municipal que incentiva, facilita e apoia a produção cinematográfica, televisiva e publicitária na cidade.