A engenheira civil Tatiane Lunkes, 34 anos, tem uma profunda admiração por Curitiba, mas hoje, ela realiza um sonho quase impossível quando vivia na capital: usar sandálias rasteirinhas. Nascida em Sulina, distrito de Chopinzinho, região Sudoeste do Estado, ela se mudou para Curitiba quando completou 18 anos. Aqui fez a faculdade de Engenharia Civil e ficou deslumbrada com a organização da cidade.
Sempre odiei o frio com todas as minhas forças. Tenho dor nos ossos. Meu pé sempre ficava gelado, só esquentava com escalda pés. A boca vivia ressaca pelo vento e não tinha manteiga de cacau que desse conta, além das constantes gripes, relatou Tatiane. Eu vestia muito preto e cinza, além de ficarem muito e muitos dias sem ver o sol, relembra a paranaense, que vive há três anos em Recife, sempre usando a coleção de rasteirinhas. Penso em voltar a morar em Curitiba. É uma cidade linda, limpa, mas quando penso no frio eu já me arrepio, pois amo o sol.
Já o curitibano Fábio Racoski, de 30 anos, só lista vantagens na época do inverno. Segundo ele, que é professor de Português, o frio é menos incômodo e condiz mais com meu espírito. A justificativa de Racoski é contrária aos amantes do calor. Gosto desses dias cinzentos, chuvosos, porque sou uma pessoa caseira. Também não fico suando e meu perfume dura o dia inteiro, mas acho que o frio afeta o comportamento em qualquer parte do mundo, analisou. Também acho que pelo ponto de vista da moda, no inverno as pessoas se vestem melhor, ficam mais elegantes e combinam com essa paisagem. (RV)