
Apesar da ampla modernização do Aeroporto de Londrina, entregue em janeiro de 2025 com um investimento de R$ 201 milhões pela concessionária Motiva, do Grupo CCR, os problemas no entorno do terminal seguem afetando diretamente os moradores de bairros próximos.
Alagamentos, erosão, poeira em excesso, falta de calçadas e drenagem ineficiente são algumas das queixas frequentes de quem vive nas regiões do Albatroz, Vale Verde, San Fernando, Califórnia e Novo Aeroporto.
Reunião cobra ações da CCR após obras no aeroporto
Na última sexta-feira (4), representantes da Prefeitura de Londrina e das entidades Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA) e Sinduscon estiveram no aeroporto para uma reunião com a empresa Motiva.
O objetivo foi discutir os impactos das intervenções feitas e cobrar medidas efetivas para corrigir os problemas que se intensificaram desde a ampliação do terminal. Embora o terminal tenha sido reformado e modernizado, a população afirma que o entorno foi negligenciado.
Vistoria aponta problemas graves em ruas e áreas verdes
Após o encontro, houve uma vistoria técnica pelas ruas que cercam o aeroporto. A Secretaria Municipal de Obras e as entidades percorreram as áreas mais críticas e identificaram pontos como vias sem calçadas, drenagem insuficiente, passagens com terra solta ou vegetação inadequada, deslizamentos de talude e descarte de entulhos.
Um dos locais mais afetados é uma área próxima à nascente do Ribeirão Limoeiro, no fundo de vale entre as avenidas Alziro Zarur e Salgado Filho. Ali, uma erosão de grandes proporções tem preocupado moradores.
Nos dias de chuva, a água desce em direção às casas, invadindo quintais e causando prejuízos. Já nos períodos de seca, a poeira toma conta das residências. Os transtornos são recorrentes e vêm sendo relatados por moradores há meses.
Relatório técnico será enviado à concessionária
A Prefeitura e as entidades envolvidas na vistoria vão elaborar um relatório técnico detalhado com os principais gargalos identificados. O documento será enviado à Motiva com cobranças diretas sobre o que precisa ser resolvido com urgência.
O secretário de Obras, Otávio Gomes, afirmou que as reclamações da população são constantes e precisam ser tratadas com prioridade.
“O aeroporto recebeu ampla modernização, uma obra importante que aprimorou o acesso e a experiência dos usuários em geral. Mas ainda há um entorno que carece de melhorias e precisamos ter o controle efetivo disso. Pudemos traçar estratégias para melhorar os alinhamentos com a administradora do aeroporto e queremos respostas deles sobre como serão resolvidas essas questões, que acabam envolvendo a prefeitura no cuidado com a cidade. Queremos que tudo seja resolvido da forma mais tranquila para a população”, afirmou.
Entre os pontos discutidos na reunião, está a necessidade de rever o sistema de drenagem existente, que pode não estar dimensionado para o novo cenário após a ampliação do aeroporto. A impermeabilização do solo aumentou e exige soluções como bacias de infiltração ou caixas de retardo para evitar enxurradas e erosões. Também foram identificadas falhas em emissários e em pontos críticos do Córrego Limoeiro.
Entidades defendem acompanhamento constante das obras
Para o CREA e o Sinduscon, é essencial que o poder público e a sociedade civil sigam acompanhando de perto as obras realizadas e cobrem ações corretivas quando necessário. Naziel Salustiano, conselheiro do CREA, afirmou que os problemas já eram conhecidos, mas seguem sem solução. “ Há questões antigas como a parte das calçadas e de drenagem, principalmente, que são os mais mencionados pelos residentes naquela área”, disse.
Já a presidente do Sinduscon Paraná Norte, Célia Catussi, destacou a importância da união entre Prefeitura, concessionária e entidades para resolver as pendências. “A participação de vários atores é fundamental para garantir que o impacto urbano das obras seja tratado com responsabilidade”, pontuou.