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Lago Igapó enfrenta proliferação de algas, e Prefeitura de Londrina intensifica ações de recuperação (Foto: Emerson Dias/ PML)

O Lago Igapó, um dos principais cartões-postais de Londrina, tem apresentado mudança na coloração da água e proliferação de algas nas últimas semanas. A situação levou a Prefeitura a intensificar uma série de ações para recuperar a qualidade da água e investigar possíveis ligações clandestinas de esgoto.

De acordo com o secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues, as chuvas recentes devem ajudar na melhora natural das condições do lago, mas o trabalho técnico segue em ritmo acelerado. Em parceria com a Sanepar, a equipe da Sema está mapeando pontos suspeitos de despejo irregular, onde foram encontrados níveis elevados de fósforo e nitrogênio, fortes indicativos de contaminação.

A investigação também contará com sondas subterrâneas para localizar focos de poluição. Paralelamente, a UTFPR realiza análises sobre a presença de cianobactérias na água, com recursos do Programa Municipal de Incentivo ao Verde (Proverde). O estudo vai embasar novas medidas de controle e prevenção.

Entre as ações imediatas, já foram feitas remoções de poluentes, testes com micro-organismos naturais para reduzir a carga orgânica e instalação de novas placas de proibição de natação. Além disso, o município prepara um Plano Diretor de Drenagem Urbana para evitar que a poluição difusa continue chegando ao lago.

Segundo Domingues, o esverdeamento da água é resultado de um desequilíbrio ambiental antigo. A Prefeitura trabalha também na remoção controlada das alfaces-d’água, que ajudam a filtrar impurezas e equilibrar o ecossistema.

O professor Jorge Martins, da UTFPR, reforça que a solução passa por ações estruturais e sustentáveis, como aumentar áreas permeáveis e conter o escoamento de poluentes. “A contaminação é resultado de diversos fatores como o esgoto clandestino, detergentes e fezes de animais que acabam vindo parar no lago com as chuvas. Pensamos em Soluções Baseadas na Natureza, que podem se desenvolver em vários níveis. Isso pode envolver, por exemplo, políticas públicas que aumentem a área permeável dentro dos quintais, estimulando uma redução no volume de água que vem para o lago”, explicou.