
Desde meados de março, quando a pandemia do novo coronavírus se instalou no Brasil, muita coisa mudou na rotina dos brasileiros. Uma das principais mudanças, que ocorreu por conta da necessidade de isolamento e distanciamento social, é que as pessoas estão passando mais tempo dentro de casa. Com isso, faz-se necessário também deixar as janelas abertas por mais tempo, para dar uma boa arejada no ambiente. E em Curitiba, as empresas que trabalham com o comércio e instalação de rede e telas de proteção têm conseguido aproveitar essas mudanças para aumentar as vendas.
Nas empresas Ultra Redes, JR Redes e Tok de Segurança, a procura por parte dos clientes chegou até mesmo a dobrar, refletindo também uma das principais preocupações das famílias brasileiras, que é a segurança.
“Vemos que, a cada dia mais, a procura por instalação de redes de segurança vem aumentando e essas redes de segurança se tornaram item indispensável no planejamento de segurança”, afirma Alessandra Cruz, proprietária da Ultra Redes. “A tela de proteção se tornou um item indispensável nas residências. O principal motivo da decisão para instalação das telas é evitar o risco de quedas e, no caso de proteção para pets, evitar fugas também. Além disso, a rede é muito utilizada para inibir a entrada de pombos em sacadas e coberturas. As telas têm um excelente custo-benefício, são resistentes e discretas”, reforça Paola Oliveira, proprietária da Tok de Segurança.
Edilene Cruz, dona da JR Redes, explica ainda que antes da pandemia o mercado tinha uma sazonalidade bem marcada, com uma procura grande pelo serviço nos períodos mais quentes do ano e uma queda na demanda durante os períodos mais frios. Com a pandemia, contudo, essa sazonalidade acabou ficando, ao menos por ora, de lado, abrindo espaço para uma demanda recorrente.
Nesse sentido, então, pode-se dizer que a pandemia acabou trazendo alguns reflexos positivos para o setor, que viu a demanda aquecer a partir de questões relacionadas às mudanças trazidas pelo novo coronavírus.
“Com as crianças em tempo integral em casa, os pais e avós sentiram uma necessidade muito grande de instalar as redes de proteção em janelas, sacadas e principalmente em escadas. Devido ao isolamento social e em busca de uma companhia, muitas pessoas resolveram adotar gatos, e um dos critérios exigidos por protetoras de animais é que o ambiente seja telado”, comenta Paola, da Tok de Segurança. “Na nossa visão o mercado aqueceu e a demanda dobrou pois as famílias perceberam que a segurança vem em primeiro lugar. Seja com crianças ou pets, o preço pago por esse serviço pra proteger seus lares e oferecer um ambiente seguro vale muito a pena.”
As opções de modelos de telas e redes, inclusive, são diversas, pensadas para reforçar a segurança de crianças, idosos, animais de estimação, ambientes como escadas, mezaninos, portas e janelas. Ainda há opções de telas e redes de segurança para ambientes externos, como piscinas, parques infantis, áreas esportivas, entre outros espaços.
Paraná vem de consecutivas altas nos casos de mortes decorrentes de quedas
O Paraná é um dos estados que mais registra mortes em situações envolvendo quedas dos mais diversos tipos (por conta de tropeço, queda de escada, queda no mesmo nível, de um nível a outro, etc). Inclusive, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, coloca o estado como o quarto com maior número de mortes decorrentes de queda desde 1996 até 2019 (último ano com dados disponíveis), com um total de 18.113 registros. Apenas São Paulo (56.024), Rio de Janeiro (24.716) e Minas Gerais (22.609) tiveram mais casos, ao passo que no Brasil inteiro o total de óbitos no período analisado chega a 220.847.
No caso paranaense, entretanto, o que gera uma preocupação a mais é o fato de o número de mortes apresentar consecutivas altas. Em 2019, por exemplo, foram 1.457 registros, recorde da série histórica, com 27 casos a mais do que no ano anterior. Até 2013, o Paraná jamais havia registrado num só ano mais de mil óbitos decorrentes de queda. Desde então, porém, o avanço no número de mortes (comparação 2013 x 2019) foi de 59%, sendo que desde 2009 o total de óbitos só cresce.