O ano de 2025 está sendo dos mais “molhados” em Curitiba. Isso porque o volume das chuvas na cidade está acima da média histórica para os meses de janeiro e fevereiro, com alguns dias registrando “superchuva” na cidade. Na terça-feira (18), por exemplo, a Capital teve uma precipitação acumulada de 68,8 mm, segundo a Estação Meteorológica da Defesa Civil de Curitiba. E essa situação tem se refletido de sobremaneira em ocorrências como alagamentos e no número de pessoas afetadas por essas situações.
Segundo informações da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, ao longo de todo o ano passado (2024) foram registrados sete desastres no município, sendo dois casos de deslizamento, dois de vendavais, um de inundações e mais dois de incêndios em aglomerados residenciais. Além disso, 562 pessoas acabaram afetadas por essas ocorrências, sendo que a primeira delas só foi ser registrada na tarde do dia 19 de fevereiro.
Já neste ano (2025), em menos de dois meses (até terça-feira, dia 18) já foram anotados quatro desastres na cidade, com três casos de alagamentos e mais um de incêndios em aglomerados residenciais. O número de afetados por esses episódios, por sua vez, chegou a 8.258 pessoas – só ontem os alagamentos pela cidade teriam afetado 2.200 pessoas, informa o Relatório de Ocorrências da Defesa Civil.
Ou seja, em menos de dois meses o ano de 2025 já registrou o equivalente a quase 60% de todos os desastres de 2024. O número de afetados por essas ocorrências, por outro lado, cresceu impressionantes 1.369%, multiplicando por 14,7 vezes.
Chuvas acima da média histórica
Dados do Banco de Dados Meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam ainda que Curitiba registra um começo de ano com muito mais chuva que o normal.
Entre 2014 e 2023, por exemplo, os dois primeiros meses do ano registraram, em média, 376,54 milímetros de precipitações na cidade. Em 2024, esse volume foi ainda menor que a média dos 10 anos anteriores: 346 mm.
Já em 2025, o Inmet apontava, até o começo da tarde de ontem, o registro de 432,4 milímetros de chuva na Capital. Isso significa um aumento de 14,8% em relação à média de 2014 a 2023 e um incremento de 25% na comparação com o ano de 2024.
Só em fevereiro já choveu 196,8 mm em Curitiba, quando a média para o mês é de 158,6 mm.
Bairros alagados, pessoas ilhadas e casas sem luz: a chuvarada de terça-feira na Capital
A chuva chegou forte no final da manhã em Curitiba. Ruas do Centro acabaram alagadas e quatro pessoas ficaram ilhadas no bairro Mercês. Além disso, 10.952 casas, a maioria delas localizadas na região Sul da cidade, chegaram a ficar sem energia elétrica.
As regiões mais afetadas pela chuvarada na cidade foram Matriz, Portão, Pinheirinho, Boqueirão e CIC. O Córrego Bigorrilho, localizado no Centro, subiu 2,29m, transbordando na Rua Visconde de Nácar com a Rua Saldanha Marinho. Os rios Barigui (CIC) e Belém (Boqueirão) e o Córrego Evaristo da Veiga (Boqueirão) também saíram de suas caixas, atingindo casas ao redor. Nas proximidades da Rua Henry Ford, também o rio transbordou.
Na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o muro de uma escola chegou a cair, fazendo com que o local se alagasse. A situação foi registrada no Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi e um colaborador da instituição, em contato com o Bem Paraná, pediu ajuda para chamar a atenção das autoridades. “Caiu o muro, a escola está caindo. A escola está em uma situação deplorável”, disse.
Pelo menos outros 10 colégios tiveram problemas por conta das chuvas na cidade, informou ainda Prefeitura de Curitiba.
Paraná está sob alerta para temporais
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu três alertas de tempestades para o Paraná. O mais grave prevê chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h).
Já o Climatempo tem alerta para tempestades severas para esta terça e quarta. “O risco de tempestades é alto, especialmente sobre Santa Catarina e Paraná, onde áreas já castigadas pelas precipitações recentes devem enfrentar novos episódios de chuva intensa”, diz. Ainda conforme o Climatempo, no Paraná a região do Litoral deve ser a mais atingida pelas chuvas.