
O Brasil tem quase duas mil espécies de aves espalhadas por seu território, segundo o ranking mundial de espécies catalogadas, ficando atrás apenas da Colômbia. Muitas delas vivem em regiões de preservação que ainda não têm mapeamento científico para acompanhar quais e quantas espécies integram cada habitat. É o caso da maria-leque-do-sudeste (Onychorhynchus swainsoni), da Mata Atlântica, que está ameaçada e chama atenção pela crista colorida na cabeça, em formato de leque.
No Paraná, um grupo de professores universitários acaba de iniciar um projeto de pesquisa que envolve ecologia e Direito Ambiental, no Parque Estadual das Lauráceas, em Adrianópolis, a 134 km de Curitiba. O objetivo é catalogar as espécies de aves presentes na área preservada do parque, que é fechada para o turismo.
“Solicitamos acesso ao parque junto ao Instituto Água e Terra (IAT), após aprovação de um projeto de pesquisa interdisciplinar. Começamos em seis pessoas, mas hoje já temos 15 participantes. A iniciativa surgiu no Centro Universitário UniOpet e conta com afiliados da UFPR e PUCPR, pela relevância da biodiversidade de aves do local. Não temos financiamento das instituições, é tudo pro bono. Ao final de um ano, nosso banco de dados será doado ao IAT”, explica o advogado e fotógrafo Francisco Paludo, professor de Direito do UniOpet e coordenador do projeto.
Segundo o professor, o trabalho é inédito no Parque das Lauráceas. “Nosso objetivo é identificar espécies de aves e fornecer banco de dados, com captação de som e imagem, para catalogação científica. Buscamos encontrar espécies raras no Paraná, como a harpia, em extinção, para estimular a preservação do parque. Só se consegue proteger aquilo que se conhece. Já identificamos cerca de 200 espécies no parque. Futuramente, existem estudos sobre a possibilidade de o parque ser aberto ao turismo ecológico”.
Paludo conta que a maria-leque-do-sudeste é encontrada em pouquíssimos locais das Regiões Sul e Sudeste, mas que já foi avistada e fotografada em quatro pontos do Parque das Lauráceas. “Elas estão procriando e criando ninhos, que são extremamente frágeis caso haja interferência humana. São aves que não têm medo e acabam se aproximando quando veem algum visitante. Por isso a importância ainda maior de se isolar de maneira apropriada a maria-leque em seu habitat”, afirma.
Direito Ambiental
Campo em alta para profissionais da advocacia, o Direito Ambiental encontra aplicações práticas em projetos de pesquisa como este de Adrianópolis. “É preciso catalogar e conhecer toda a fauna existente nas áreas de preservação, para podermos gerir e preservar de maneira adequada. A fiscalização das espécies raras é responsabilidade do Estado e também particular, quando em terrenos privados. Outro exemplo são as licenças ambientais para instalação de torres de alta tensão, quando atravessam locais de fauna em extinção. Todos esses aspectos perpassam o dia a dia do profissional do Direito Ambiental”, detalha Paludo.
Além disso, a atuação no mundo corporativo se apoia em leis e regulamentos que promovam ações de ESG, baseadas na sustentabilidade ambiental, direitos trabalhistas, diversidade, inclusão e governança corporativa. Este universo está ligado ao conhecimento e às atividades dos profissionais do Direito e é contemplado pela graduação em Direito do UniOpet.
Outros aspectos englobam questões como emissões de carbono, gestão de resíduos, questões trabalhistas e de inclusão social. “Esse conjunto de critérios representa uma verdadeira mudança de paradigma nas relações entre as empresas e seus investidores à medida que práticas ESG passaram a ser consideradas na estratégia financeira das empresas”, explica Mariah Abdanur, professora no UniOpet que leciona a disciplina de Direito Ambiental.
Sobre o UniOpet
O Centro Universitário UniOpet tem a sua formação apoiada na experiência de 50 anos de ensino do Grupo Educacional Opet, cujo pioneirismo e espírito empreendedor no Paraná são características marcantes e fazem parte do seu DNA. Em dois campi (Centro Cívico e Rebouças), com 37 cursos de graduação nas modalidades presencial e EAD, e 33 cursos de pós-graduação, o trabalho do UniOpet é dedicado à formação de profissionais para o mercado de trabalho, indo além do ensino, com enfoque na empregabilidade de seus estudantes. Sua missão é oferecer a preparação para transformar o mundo, por meio de uma educação de qualidade, alinhada à realidade do mercado e atenta à prática profissional.

Os pesquisadores Francisco Paludo, Frederico Swarofsky, Karlo Fabyano Gomes da Costa. Foto: Francisco Paludo |