Reprodução – Convocação para manifestação divulgada em redes sociais

decreto da Prefeitura de Curitiba dessa sexta-feira (dia 28) estabelecendo bandeira vermelha provocou uma forte reação de empresários. Um grupo de comerciantes está convocando uma manifestação para segunda-feira (dia 31) sugerindo bloqueio a garagens de ônibus. Já a Associação Comercial do Paraná tentou uma solução jurídica, recorrendo ao Ministério Público. Por fim, o representante de bares e restaurantes, Fabio Aguayo, está pedindo que motoristas e cobradores façam uma paralisação das 6 às 9 horas da manhã de segunda-feira.

BARES E RESTAURANTES
“Enviamos ofício ao presidente do Sindimoc (Sindicato de Motoristas e Cobradores) para que motoristas e cobradores façam uma paralisação espontânea, das 6 às 9 horas, no horário de pico. Para mostrar que eles são os primeiros prejudicados nessa pandemia e não tiveram vacinação. Eles tentaram mudar essa quadro em 20 de março. E para mostrar que sempre tiveram apoio dos setores produtivos”, declarou Fabio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar).

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL
A Associação Comercial do Paraná – ACP enviou ofício ao Ministério Público pedindo providências. “Novamente nos deparamos com a bandeira vermelha, o que simplesmente demonstra a ineficiência do Executivo Municipal em tomar atitudes que efetivamente surtam efeito, trazendo ao cidadão um simples efeito sanfona, esperando que como um ato de deus, tomando as mesmas atitudes, se chegue a resultados diferentes”, diz o ofício. “Como é de conhecimento público e notório a fiscalização dos ônibus é falha, os ônibus continuam circulando com lotação máxima nos horários de pico, inclusive quando da adoção de bandeiras vermelhas”, afirma.

“Desta forma, diante do fechamento das atividades comerciais e o tratamento não uniforme em relação ao transporte público, que recebeu a ‘benesse’ de funcionar com 50% de ocupação, porcentagem essa que não é possível averiguar, constatar e colocar em prática, pois não existe qualquer controle de entrada e saída de pessoas em ônibus da capital de CURITIBA, requer-se que esta autoridade tome as medidas cabíveis para o efetivo cumprimento dos 50% de ocupação, ou ainda, caso entenda cabível, que de igual forma busque a suspensão temporária do funcionamento dos ônibus na capital”, argumenta o documento do ACP.

“Por final, diante da afirmação da Secretária de Saúde de que Curitiba representa 35% dos casos de COVID, vamos ter que adotar um lockdown eterno, pois 2/3 vão continuar sendo ocupados por pessoas de outras cidades. Desta forma, pedimos ao M.P. para que solicite junto a Prefeitura os números relativos as cidadãos curitibanos que ocupam e ocuparam os leitos de COVID nos últimos 30 dias, para que seja possível verificar a desnecessidade ou necessidade das medidas de lockdown, e assim constatar a arbitrariedade e falta de critérios para adoção de tal medida, tomando na sequência as ações que lhe competem”, diz. “A Secretária Márcia Huçulak foi taxativa ao afirmar que Curitiba contribui com apenas 35% dos casos de Covid no Estado”, afirma.

REAÇÃO
O Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba) divulgou nota oficial sobre a ameaça de bloqueio ao transporte coletivo. “o Setransp manifesta preocupação com mensagens e áudios que circulam em grupos de redes sociais incentivando o bloqueio de garagens de ônibus na segunda-feira (31) em protesto à decretação da bandeira vermelha na cidade”, divulgou a entidade, em nota. “Isso só vai piorar uma situação já bastante grave”, disse o presidente do Setransp, Mauricio Gulin.

“Uma paralisação do transporte coletivo faria a cidade sofrer ainda mais. O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná, Flaviano Ventorim, disse nesta sexta-feira (28), durante coletiva da Secretaria Municipal da Saúde, que entre 60% e 70% dos 40 mil profissionais da saúde de Curitiba e região utilizam os ônibus para chegar ao trabalho”, diz o texto do Setransp

“Diante disso, Gulin vai convidar para a próxima semana uma mesa-redonda com os presidentes e líderes das entidades de classe – Grupo G7, ACP, Abrasel, Faciap, Fecomercio, Fiep, BPW Curitiba, Lide Paraná, ABIH, Mulheres Empreendedoras Fecomercio, entre outras – a fim de discutir a situação de Curitiba, falar sobre o transporte coletivo e debater medidas que possam minimizar os efeitos econômicos negativos da bandeira vermelha”, avisou o Setransp. “Queremos dialogar. Queremos ouvir e ser ouvidos. Só vamos sair desse momento com a união de todos”, disse Gulin.