
Curitiba ficou menos doce em 2025. Com uma despedida silenciosa, sem qualquer aviso oficial aos clientes, a Confeitaria Lancaster – localizada na Praça Zacarias, no Centro da cidade, e com mais de 50 anos de história – fechou as portas na virada do ano.
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Segundo informações da página O Centro de Curitiba, inicialmente o local chegou a informar que passaria por uma reforma. Pouco tempo depois, no entanto, a folha que informava a reforma do tradicional espaço foi retirada, com a instalação de uma enorme faixa de anunciando que o imóvel onde ficava a confeitaria estava disponível para locação.
Ao todo, foram 52 anos de história do estabelecimento, reconhecido pela qualidade de seus produtos na área gastronômica. O madrileño, as bombas, o tortelet de morango e a zabaione eram as grandes delícias da casa, responsáveis por adoçar a vida de milhares de curitibanos ao longo de mais de meio século.
Fechamento chama a atenção para a decadência do Centro, diz Associação
O fechamento de bares, restaurantes, lojas e comércio chamam a atenção para a decadência da região central de Curitiba, afirma a Associação Brasileira Bares e Casas Noturnas (Abrabar).
“A Abrabar lamenta que estabelecimentos tradicionais de Curitiba, especialmente na região central, pós-pandemia , estejam encerrando suas atividades”, comentou Fábio Aguayo, presidente da entidade, que é filiada à Federação Paranaense de Turismo (Feturismo) e na Confederação Nacional de Turismo (CNTur). Isso, segundo ele, “demonstra a decadência do centro”.
“Que precisa urgente não só de uma revitalização, mas de uma atenção total, seja de policiamento, também de higienização, limpeza, atenção redobrada, várias situações, até habitações nas ruas”.
Sem clientes: os motivos para o fechamento da confeitaria
Fábio Aguayo conversou com o empresário Henrique Lenz Cesar Filho, proprietário da confeitaria e sócio do hotel do mesmo nome, que confirmou o fechamento da loja, cansado com os constantes assaltos, tráfico e consumo de drogas. “Foram oito nos últimos meses, comércio e consumo de drogas na frente da confeitaria, o que acabou atrapalhando o público”, informou.
Segundo o presidente da Abrabar, o empresário relatou uma mudança de público do centro de Curitiba, pela falta de segurança. “O ciclo (dele) no centro acabou, mas não a história da marca. Ele vai buscar um shopping ou outro lugar para voltar a abrir e poder atender os turistas, os fãs e admiradores da marca da gastronomia e tradição do local que sempre atraiu as famílias curitibanas e turistas”.
Ainda segundo Aguayo, o imóvel está para alugar, mas Henrique Lenz tem esperança de que o Centro volte para as famílias e visitantes de Curitiba. “Importante frisar que ele fechou não por problemas financeiros, mas sim por essas dificuldade do centro, mas que vai buscar outro lugar”, disse Aguayo.