
Se o seu secador ou chapinha para o cabelo estragar, não precisa se desesperar. Em Curitiba, existe uma empresa familiar que provavelmente terá uma solução para o seu problema: é a SOS dos Secadores, um verdadeiro “hospital” para secadores e chapinhas que há 16 anos funciona no bairro Ahú (Rua Ver. Washington Mansur, 622 – loja 03) e todos os meses recebe centenas de aparelhos para serem consertados, não só de Curitiba e região, mas também do interior do Paraná e até de outros estados.
A história da loja, no entanto, começa a ser verdadeiramente escrita antes mesmo de sua fundação, conta Vergilio Medeiros dos Santos Júnior, mais conhecido apenas como Júnior e proprietário da SOS dos Secadores. Isso porque ele, ainda na infância, era um daqueles piás curiosos que gostada de ficar mexendo com rádio e ficava abrindo e fuçando aparelhos eletrônicos. Sabendo do dom de Júnior, há 25 anos uma cunhada dele, que trabalha como cabelereira, resolveu levar um secador para ele arrumar.
“Ela sabia que eu gostava de mexer com essas coisas e trouxe o secador dela para eu arrumar, disse que eu tinha o dom para essas coisas e pediu para arrumar. Eu falei ‘está bom’, daí peguei o secador, desmontei e arrumei. Daí pra frente ela começou a trazer secador dela e de outros cabelereiros e cabelereiras para eu arrumar e aí engrenou o negócio”, conta o empreendedor.
No princípio, entretanto, ele ainda conciliava os dois serviços, trabalhando como motorista rodoviário e fazendo o serviço de assistência técnica nas horas vagas, em sua própria casa. Só que a demanda, que já era grande, começou a crescer, bem como a necessidade de se conseguir mais peças para os consertos. Foi quando ele decidiu que era hora de abrir a sua própria loja e focar na empresa, deixando para trás a vida como motorista rodoviário.
“A empresa está indo para 16 anos. Eu comecei na primeira loja que tem aqui, uma loja bem pequena, daí a gente foi crescendo e eu fui mudando pros pontos que ficavam ao lado para aumentar a loja”, conta ele, destacando ainda que a demanda tem estado em alta nos últimos tempos, já tendo retornado ao patamar em que estava antes da pandemia de Covid-19.
“Tem secador que está bom, já está há anos com a pessoa e ela vai querer daí arrumar, em vez de comprar um novo. E hoje um secador novo está caro, aí quem tem um equipamento e sabe que é bom, manda arrumar. Essa é uma das coisas que está fazendo aumentar a procura pela manutenção, num movimento que, pelo que acompanho, não se restringe ao meu mercado, mas é algo mais geral”, ressalta.
Trabalho em família
Todos os meses, Júnior estima que de 300 a 400 secadores e chapinhas são enviados para a SOS dos Secadores para serem consertados. Além de Curitiba e região metropolitana, muitos clientes também enviam aparelhos do interior do Paraná, do interior de São Paulo e até de Minas Gerais.
“Nós estamos no Google, temos uma avaliação muito boa lá, e isso faz com que clientes novos nos procurem todos os dias, todos os dias. Eles nos procuram porque sabem que somos confiáveis. E, claro, ainda tem o boca a boca, porque muitos clientes que chegam aqui pela primeira vez dizem que foram indicados por Fulano ou Beltrano.”
Para dar conta da demanda, a família toda se desdobra. Amanda, por exemplo, que é a esposa de Júnior, o ajuda tanto no atendimento aos clientes como na realização dos serviços. “Minha esposa trabalha comigo na manutenção. Troca de motor, de cabo, que são serviços mais tranquilos, ela faz tudo. Eu posso soltar a agenda com ela e vou fazendo os casos mais difíceis, como troca de chave, coisas assim.”
Enquanto isso, a filha Bruna fica no atendimento quando não está em aula (ela é estudante de Veterinária), ocasionalmente contando ainda com a ajuda da irmã mais velha, chamada Bruna e formada em Administração.
“Eu já formei uma filha com o que tiro daqui e estou formando mais uma. Adquiri minha casa, meu carro, tudo daqui. Deus tem abençoado a gente, o que é um sinal de que estamos trabalhando certinho”, comemora Júnior.

Os problemas mais comuns e quanto costuma custar um conserto
Mas afinal, quais os problemas mais comuns de aparecerem em secadores e chapinhas? Segundo Júnior, são três: problemas no cabo, no motor e na chave dos equipamentos.
“A situação mais comum é de quebra de cabo: dá um curto no cabo, ele queima, e aí tem de trocar. Até dá para ser consertado, mas eu geralmente recomento o cliente a trocar, porque ele oxida o cabo, vai quebrar dali dois, três meses de novo e aí a pessoa vai ter mais um gasto, então já ofereço a troca de cabo. Outro problema seria a troca de motor, o desgaste precoce, que ocorre geralmente nas marcas profissionais, que trabalham com um motor diferenciado. E outro defeito, também, é o derretimento de chave, devido à fiação, instalação, uso de adaptador/plug, e isso dá um sobreaquecimento no aparelho que acaba derretendo a chave”, explica ele.
Via de regra, o custo pelo reparo de um desses equipamentos custa entre R$ 75 e R$ 95, valor que varia conforme o defeito apresentado pelo aparelho. Já o tempo para o conserto costuma levar entre dois e três dias, mas o prazo pode ser encolhido a depender da necessidade do cliente.
“As mulheres não ficam sem secador, uma chapinha, e muitas chegam aqui e querem na hora, não querem para amanhã [risos]. E na medida do possível, tentamos atender: muita gente traz o secador, diz que não tem outro e precisa do reparo com urg~encia, e aí eu tento passar na frente o secador para entregar mais rápido”, conta Júnior. “Só tem uma coisa daí que eu sempre pergunto: ‘se eu fizer pra você, você vai ficar feliz?’ Se sim, aí vou fazer. É isso o que nos mantém no mercado.”