RESPIRO CAFE
Em espaços distintos, cada um dos empreendimentos encontrou seu nicho na cidade movimentada (Franklin de Freitas)

Seguindo uma tendência nacional, a moda dos cafés “to go” pegou Curitiba de jeito, tanto que hoje, em vias mais movimentadas, dificilmente você vai caminhar sem se deparar com as já famosas “portinhas” dessas redes de cafeteria. Nos últimos anos, no entanto, também surgiram no Centro da cidade algumas cafeterias que contrariam em alguma medida essa moda e estão fazendo sucesso com suas propostas.
A Respiro Café, localizada na Rua XV de Novembro e que já ficou conhecida como a cafeteria do Pink Floyd, é um exemplo disso. Outro é a Manana Cafés, localizada na Rua Desembargador Ermelino de Leão (próximo de onde fica o icônico Gato Preto) e que também está em franco crescimento, fazendo parte de um movimento que tem ajudado a trazer mais vida para o Centro de Curitiba.
Nos dois estabelecimentos por exemplo, não tem tablet nalguma bancada ou um totem para você fazer o seu pedido: é tudo olho no olho e boca a boca. Não que você não possa pedir seu café para levar, até porque muitos dos clientes estão indo para o trabalho ou para a aula, por exemplo. Mas para quem quiser, é possível parar para dar uma respirada e bater um papo furado.
“A gente sempre troca uma ideia com os clientes, faz amizade. E essa é uma das nossas prioridades, ter um atendimento excelente, atendimento olho no olho. Por exemplo, aqui a gente não tem tablet automático, não tem totem: é tudo no boca a boca, no olho no olho, porque a gente acredita que o Respiro é sobre isso também. Às vezes a pessoa quer dar um respiro da correria, desligar do celular, e só de olhar no olho no olho, conversar, já faz a diferença. A frase que é nosso lema é muito verdadeira: o Respiro não é sobre café, é sobre pessoas”, comenta Victor Lorenzo Iglesias, supervisor da Respiro Café.
No mesmo sentido, Dora Suh, proprietária do Manana Cafés, destaca que a casa está sempre cheia, ainda que muita gente passe pelo local e faça o pedido para levar a bebida. “Tem uma galera que passa e leva pra viagem, mas eu acho que o que a galera gostou é que aqui é justamente o oposto: você chega, as pessoas te cumprimentam, a gente está sempre disposto a um diálogo, a uma conversa – o papinho furado que a gente fala. A lorotinha come solta no balcão, né? Então eu acho que os cafés pra viagem não representam a maioria das nossas pedidas, até porque a galera vem pra sentar e ficar”, afirma ela.

A cafeteria do Pink Floyd
A Respiro Café, que fica próximo da Praça Santos Andrade, aninhado no prédio da Associação Comercial do Paraná (ACP), abriu as portas faz um ano e sete meses. Apesar do nome Respiro ser inspirado na música “Breathe”, do Pink Floyd, e do coelho da marca vir do refrão da mesma música, que tem o verso “Run, rabbit, run”, inicialmente a ideia não era que o estabelecimento fosse temático, com uma pegada voltada para o rock’n’roll.
“O nome ‘Respiro’ também é pela ideia de realmente a pessoa dar um respiro da correria do trabalho, da faculdade, dos estudos. E isso é algo bem legal, porque aqui na XV é uma loucura, né? É correria o dia todo, povo indo e voltando. Então o que queremos é proporcionar um respiro pras pessoas aqui no meio da XV”, comenta Victor.
Com o tempo, no entanto, a clientela da cafeteria foi crescendo, bem como o engajamento dos próprios clientes com a temática rock. Entre os livros, CDs e discos que decoram o lugar, por exemplo, muitos foram doados pelos próprios clientes. “Por isso comentei que não era um café temático no início, mas o pessoal começou a engajar: já tinha essa relação com o Pink Floyd e o pessoal foi trazendo outras coisas.”
O sucesso alcançado pela loja de 13m², inclusive, já faz a marca pensar em novos voos. “O público aumentou muito, sabe? O movimento aumentou muito e estamos com plano de abrir uma segunda unidade até o final do ano”, revela Victor, contando que Eduardo Castellano, proprietário da cafeteria, já está até pesquisando o bairro e ponto mais adequado para ser dado esse próximo passo. “A ideia é abrir uma unidade maior, pro pessoal entrar, sentar e comer mesmo, talvez até com uma cozinha pra gente preparar os pedidos lá mesmo. O nosso café é pequeno, mas já dá para dar um respiro. Mas a gente pensa que dá para dar um respiro muito maior, ter um espaço maior, com mais lugares.”