O médico hematologista Emílio Granato é um exemplo de dedicação. Mesmo aos 90 anos, ele continua a trabalhar no Laboratório Frischmann Aisengart, que em 2025 celebra seus 80 anos de fundação. A história dele se confunde com a história do laboratório, onde ele trabalha há 61 anos.
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Formado em Medicina em 1961, Dr. Emílio começou sua carreira em um cenário bem diferente do atual: exames totalmente manuais, ausência de residência médica em sua área, e um sistema de saúde em evolução no Paraná. Seu primeiro contato com a área de hematologia ocorreu no Hospital de Clínicas, onde atuava como médico voluntário. Lá, ele soube do laboratório Frischmann, que já existia há 18 anos, e iniciou sua atuação como prestador de serviços.
“Prestava serviços como médico autônomo. Naquela época, o hemograma era o principal exame laboratorial, e tudo era feito manualmente”, relembra.
Evolução tecnológica marca trajetória de médico
A evolução tecnológica é um dos aspectos que mais marcaram sua trajetória. De um tempo em que a contagem de células sanguíneas exigia tubos, corantes e microscópio, para um presente onde máquinas inteligentes entregam resultados em segundos, Dr. Emílio acompanhou de perto cada transformação.
“Hoje, temos equipamentos com inteligência artificial que leem automaticamente lâminas de sangue. Mas, no começo, um hemograma podia levar até 25 minutos para ser feito, manualmente, um por um.”
Médico também foi professor por mais de 30 anos
Além de seu papel técnico no laboratório, ele também contribuiu com a formação acadêmica de gerações de profissionais. Foi professor por mais de 30 anos na Universidade Federal do Paraná, onde lecionou Hematologia no curso de Farmácia e Bioquímica.
No Frischmann, Dr. Emílio presenciou várias fases: a expansão de unidades, o atendimento a hospitais e maternidades, a transformação do laboratório em um centro de referência e, posteriormente, a integração da marca à Dasa. Em cada etapa, o compromisso com a qualidade e com o paciente sempre se manteve firme.
“O paciente vem em primeiro lugar. Isso vem dos fundadores, Dr. Oscar e Dra. Fanny, que sempre incentivaram a busca por conhecimento, excelência e empatia no atendimento.”
Memória viva
Mesmo após completar 90 anos, Dr. Emílio continua ativo. Foi consultor técnico no Núcleo Técnico -Operacional (NTO) até a pandemia e, hoje, segue como referência, inspiração e memória viva do laboratório. Com orgulho, conta que já atendeu três gerações de uma mesma família no Frischmann.
“É uma alegria ver o laboratório completar 80 anos e saber que pude contribuir para essa história. Acredito que meu papel agora é ser exemplo. E isso exige responsabilidade.”
Para as novas gerações de profissionais da saúde, Dr. Emílio deixa um conselho que reflete sua essência:
“Trabalhamos com seres humanos. É preciso ter empatia, dedicação e comprometimento com a verdade. O diagnóstico perfeito é o primeiro passo para a cura.”