
A construção civil registra crescimento acentuado em 2024 em Curitiba, segundo dados divulgados ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (SinduscomPR). O número de alvarás de conclusão de obra, em unidades entregues, apresentou avanço de 40%, somando mais de 16 mil unidades com o CVCO (habite-se), em relação ao ano anterior.
Também houve uma expansão razoável no número de unidades liberadas para a construção na ordem de 10%, somando neste ano pouco mais de 20 mil habitações.
“Houve um crescimento forte nos lançamentos de imobiliários, passando de 11 mil unidades, número 70% superior a 2023, devido à demanda estar respondendo bem à oferta”, informa, acrescentando que o setor prevê investimentos na ordem de R$ 6 bilhões para 2025, tendo como base o volume de alvarás liberados para a construção e as obras de infraestrutura”, destacou o presidente do SindusconPR, Carlos Cade.
A previsão é de crescimento do PIB do setor é na ordem de 3,5%, em relação ao ano anterior. “Esse desempenho é reflexo do avanço do crédito imobiliário, que deve crescer bastante em relação a 2023, e possivelmente será o ano de melhor crédito na história, atingindo algo próximo de R$ 300 bilhões concedidos para a habitação”, afirmou Cade.
O Brasil voltou somar 3 milhões de trabalhadores formais na construção civil, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. O Paraná conta com aproximadamente 180 mil trabalhadores e Curitiba, 53 mil pessoas atuando no segmento, com carteira assinada e todos os benefícios.
Construção deve gerar 4.500 novas vagas de emprego em Curitiba em 2025
O SindusconPR também encomendou uma pesquisa sobre a intenção de contratação de mão de obra no setor da construção em 2025 em Curitiba. A sondagem, realizada pela Brain Inteligência Estratégica, foi feita com 200 empresas paranaenses, que atuam nas áreas de incorporação, obras públicas e prestação de serviços de engenharia.
Enquanto 31% têm intenção de aumentar o número de funcionários, 65% pretendem manter o quadro funcional. A expectativa é que o setor deve gerar 4.500 novas vagas de emprego em Curitiba.
O estudo indica ainda que 57% pretendem aumentar o nível de atividade da empresa, sendo que o apetite é maior nas empresas de pequeno porte, e nas que atuam com obras públicas. 60% têm intenção de lançar novos empreendimentos no próximo ano e 13 % já têm lançamento previsto.
Perspectiva é de estabilidade para 2025
Para o vice-presidente da Banco de Dados do SindusconPR, Marcos Kahtalian, para 2025 a previsão é de estabilidade, apesar das preocupações do setor com as taxas de juro e inflação.
“Há uma preocupação muito forte com a taxa de juros da economia brasileira, com tendência de alta também de inflação, com o consequente crescimento do custo de construção, e sobretudo com a dificuldade de conseguir mão de obra qualificada. Soma-se a este cenário as incertezas quanto ao crédito habitacional, que não deve crescer em 2025 devido à escassez de funding, especialmente da Caderneta de Poupança”, ponderou Kahtalian.
Ele salientou que o FGTS está garantido, mas que a demanda por crédito é muito maior do que a oferta. “Por isso falamos em estabilidade. Em 2025 a construção deve ficar no mesmo patamar que este ano”.
Crédito
Principais desafios da construção civil para 2025
- Maior dificuldade de crescimento do crédito imobiliário via recursos do SBPE, e demanda de crédito está maior que oferta.
- Crescimento da atividade deverá ser moderado, em um cenário de estabilidade. O grande desafio está na expansão da mão de obra qualificada.
- Preocupação com inflação setorial, com o IPCA e com o cenário maior de elevação da taxa de juros na economia brasileira.
- Fonte: SinduscomPR.