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Corredor de fumaça das queimadas na Amazônia chega ao Paraná

Redação Bem Paraná com Metsul

Reprodução

Um grande corredor de fumaça, resultante do grande número de queimadas na Amazônia do Brasil e dos países vizinhos, podia ser visto nesta quinta-feira (8) se estendendo pelo interior da América do Sul. O corredor percorria milhares de quilômetros e percorria uma área que vai da região amazônica até o Rio Grande do Sul, passando também pelo Paraná.

A chegada do corredor de fumaça ao Sul do País foi confirmada pela divisão de aerossóis da NOAA, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, em Washington. A pedido da MetSul, a agência climática norte-americana gerou imagens da tarde de hoje dos sensores ABI de aerossóis de profundidade ótica do satélite GOES-16.

De acordo como Metsul, o corredor de fumaça foi trazido para o Sul por uma grande corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento a cerca de 1.500 metros de altitude, que se originava no Sul da Amazônia e descia até o território gaúcho. Foi este corredor de vento quente e seco, carregado de fumaça, que fez com que o dia fosse quente em boa parte da região Sul.

Tempo seco no Paraná

O sol voltou a predominar em todas as regiões paranaenses nesta tarde de quinta-feira (8). Após vários dias consecutivos com a observação de tempo instável, segundo o Simepar, o tempo ficou seco, com baixos índices de umidade relativa do ar, principalmente no interior do Paraná e muito calor, com exceção de Guaratuba. Curitiba também entrou na onda do tempo seco e quente e a temperatura máxima do ar chegou aos 27,8 °C com umidade relativa mínima de 44,7 %. E mesmo durante a noite, o tempo vai continuar aprazível.

Normalmente, nesta época do ano, estes corredores de fumaça alcançam o Sul do Brasil. Isso se dá quando as correntes de vento passam a ser de Norte, especialmente horas da chegada de uma frente fria, como era o caso de hoje. Às vezes, a fumaça da Amazônia desce até mais ao Sul e alcança a região de Buenos Aires e mais raramente o Norte da Patagônia.

Focos na Amazônia

O número de focos de calor na Amazônia brasileira, nos primeiros sete dias do mês, chegou a 18.374, o que é superior à metade da média histórica (1998-2021) de setembro inteiro que é de 32.110. Os dias 2, 3 e 4 deste mês registraram mais de 3 mil focos diários. Nos últimos três dias, os números diários de focos de calor diminuiu, porém segue muito alto. A Amazônia não tinha um começo de setembro com tanto fogo desde 2007. Os piores anos de queimadas na região se deram entre 2002 e 2007. Em 2002, agosto terminou com 43.484 focos. Em 2003, 34.765. Já em 2004, 43.320. Em 2005, o recorde da série histórica do mês com 63.764. Em 2006, 34.208. E, por fim, 2007 com 46.385 focos de calor em agosto. Em 2011, o menor número em agosto com 8.002 focos. O número de focos de calor somente nos primeiros sete dias deste mês no Amazonas de 3.819 supera a média histórica de setembro de 2.768. O mês se encaminha para ser o pior setembro de fogo já registrado no Amazonas, batendo o recorde mensal de setembro de 2015 com 5.004. No Acre, a primeira semana de setembro registrou, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2.784 focos de calor. O valor já se aproxima da média do mês histórica do mês todo de 3.224. O Pará, na primeira semana do mês, teve 5.416 focos, marca acima da metade da média mensal de 9.103. Em Rondônia, os primeiros sete dias do mês anotaram 2.537 focos e a média histórica mensal é de 6.974.