‘Curitiba conseguiu achatar a curva do novo coronavírus’, diz secretária de Saúde

Marcia Huçulak diz estar esperançosa da Capital não ter um pico da deonça, como outras cidades tiveram ou estão tendo, mas também destacou que a pandemia ainda está ‘no começo’

Rodolfo Luis Kowalski

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Curitiba não vai ter um pico de casos ou mortes causadas pelo coronavírus. Ao menos é isso o que espera a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em entrevista coletiva realizada no final da tarde desta terça-feira (2), por meio de vídeoconferência, a secretária Márcia Huçulak e a médica-infectologista Marion Burger disseram que a capital paranaense conseguiu achatar a curva de contágio, mas também ressaltaram que estamos apenas no início da pandemia em território curitibano.

“Uma curva achatada, que foi o que aconteceu, ela é mais prolongada. Conseguimos não ter aquele pico e, não tendo esse pico, achatamos a curva, com crescimento gradativo [do número de infecções]”, disse Marion. “Não vai ter pico, esperamos não ter esse pico. Mas isso vai depender do comportamento da população. Nosso grande medo é ter um pico no meio do inverno”, complementou.

Se a expectativa é que não exista um pico, ou seja, um momento em que o número de casos progrida geometricamente, a ponto até de saturar o sistema de saúde, por outro lado o alerta é de que “estamos no começo [da pandemia]”, que ainda “vai longe”. Segundo Márcia, a previsão é de que o cenário atual, com cerca de 15 novos casos por dia, se prolongue por mais dois meses, aproximadamente.
“Até julho, agosto, vamos nessa toada, o que é bom para o curitibano, porque assim vamos convivendo com o vírus gradativamente”, disse a secretária.

Isso, porém, não significa que passado esse período nós, finalmente, voltaremos à normalidade, ao cotidiano de antes do coronavírus. “Nós vamos ter de conviver muito tempo com a máscara. A pandemia tem feito mudança de hábitos e estamos em estado de alerta constante. Só vamos ter normalidade quanto tiver uma vacina. Antes disso, esqueçam. E isso é pára daqui um ano, um ano e meio. Até lá temos de conviver com as medidas de distanciamento e isolamento social.”
Manifestações — Ainda segundo Márcia Huçulak, as manifestações políticas registradas nos últimos dias também devem impactar na evolução da pandemia em Curitiba. Dessa forma, a expectativa é que nas próximas semanas se registre um aumento número de casos de Covid-19.

“Ficamos assustados, ficamos preocupados [com as manifestações e as aglomerações consequentes] e vamos medir o impacto disso daqui cerca de 10 dias. Com certeza terá repercussão. Grande parte dessa população, que é jovem, volta para casa e tem contato com pessoa hipertensa, alguém frágil”, disse Huçulak. “Estamos em situação de exceção. Qualquer tipo de aglomeração tem de ser evitado. Não tem como numa manifestação manter o distanciamento social.”