Em 2022, a renda média em Curitiba era quatro vezes maior que o salário mínimo no ano: R$ 4.662,13 por trabalhador. Com base em dados do IBGE, a capital paranaense só ficou atrás de Vitória, no Espírito Santo; Florianópolis, em Santa Catarina e Brasília. O rendimento é indicador da qualidade da inserção dos indivíduos no mercado de trabalho. Somando a isso, o Paraná é o estado com a 2ª menor desigualdade do Brasil, aponta o IBGE.
Os dados de Curitiba contrastam com o cenário brasileiro, onde um terço da população (residente em 520 municípios) recebia até um salário mínimo naquele ano.
As informações consideram valores nominais, ou seja, sem o ajuste pela inflação. Como o levantamento é relativo a 2022, não capta toda a recuperação do mercado de trabalho após a pandemia.
Homens ganham mais
O levantamento mostra que os homens tinham salário médio 38% mais alto que as mulheres em Curitiba, repetindo a tendência nacional. Em média, os homens ganhavam R$ 5.362,47 por mês, contra R$ 3.884,69 recebidos pelas mulheres.
A população amarela era que obtinha maiores salários, com média salarial de R$ 6.941,03, seguida pela branca (R$ 5.170,68), indígena (R$ 3.490,09), parda (R$ 3.138,39) e preta (R$ 3.008,65).
O total da massa de rendimentos mensais da população de Curitiba era de R$ 4,35 bilhões.
Da população ocupada acima de 14 anos, 31% ganhavam de 1 a 2 salários mínimos; 19,4% de 2 a 3 salários; 17,4% de 3 a 5 salários; e 11,2% de 5 a 10 salários.
Em termos de rendimento per capita nos domicílios, Curitiba também ocupava, em 2022, a quarta posição, com média de R$ 3.137,92, atrás apenas de Florianópolis (R$ 3.636,13), Vitória (R$ 3.351,64) e da capital gaúcha, Porto Alegre (R$ 3.203,31).
Desigualdade menos expressiva
O Paraná figura entre os estados com maior equilíbrio na distribuição de renda do País, segundo os resultados do módulo Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado registrou Índice de Gini – criado para medir a concentração de renda – de 0,482, o segundo menor do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina (0,452), enquanto o indicador nacional foi de 0,542. Quanto menor o índice, menor é a desigualdade de renda.
O levantamento mostra que o Paraná combina baixo nível de desigualdade com alto índice de ocupação e renda média acima da nacional. Enquanto o rendimento médio mensal das pessoas ocupadas no País foi de R$ 2.850,64, a média do Paraná foi de R$ 3.151,59, o que representa um rendimento médio 9,55% acima do patamar brasileiro.
Com 60,3% das pessoas de 14 anos ou mais ocupadas, o Paraná aparece entre os quatro estados com maior nível de ocupação do Brasil, ao lado de Santa Catarina (63,5%), Distrito Federal (60,4%) e empatado com Mato Grosso (60,3%).
Além disso, o Estado registra baixo percentual de população com renda muito baixa: apenas 5,7% dos moradores vivem em domicílios com rendimento per capita de até um quarto de salário mínimo, contra 13,3% no Brasil. O resultado coloca o Paraná na vice-liderança nacional, atrás apenas de Santa Catarina, cuja proporção é de 3,8%.
Os dados do IBGE revelam ainda os dez municípios paranaenses com os melhores níveis de ocupação foram Porto Rico (71,1%), Entre Rios do Oeste (69,7%), Quatro Pontes (68,7%), Toledo (67,7%), Pato Bragado (67,3%), Palotina (67%), Medianeira (66,9%), Sarandi (66,9%), Nova Esperança do Sul (66,9%) e Marechal Cândido Rondon (66,8%).
Porto Rico, na região Noroeste do Estado, também entrou no ranking nacional dos 50 municípios com nível de ocupação igual ou maior que 70%. Isso significa que, a cada 10 moradores cidade, 7 possuem uma ocupação.
PERFIL DOS EMPREGADOS – O nível de ocupação no Paraná foi mais elevado entre pessoas que têm de 25 a 49 anos, alcançando 80,5% na faixa de 35 a 39 anos, 80,1% entre 40 e 44 anos e 79,8% entre 30 e 34 anos. Já os menores índices foram registrados entre os adolescentes de 14 a 17 anos (15,7%) e os idosos com 65 anos ou mais (18,9%).
A população ocupada paranaense se concentrou principalmente entre trabalhadores dos serviços e comércio (18,3%), ocupações elementares (16,4%) e trabalhadores qualificados da construção e ofícios mecânicos (14,1%).
As mulheres se destacam entre profissionais de apoio administrativo (65,1%) e na área das ciências e intelectuais (61,3%). Elas também são maioria nas chamadas ocupações elementares – que são aquelas que não requerem uma qualificação específica, representando 66,4% do contingente ocupado. Em sentido oposto, as menores participações femininas foram observadas nas forças de segurança (7,8%) e entre operadores de máquinas e montadores (8,2%).
Os dados do IBGE também revelam que as mulheres do Paraná têm um nível de escolaridade mais elevado que os homens entre aqueles com ocupação. Enquanto 30,2% das mulheres deste grupo possuíam formação superior completa, entre os homens o índice foi de 18,9%%. Por outro lado, 18,1% dos homens ocupados não possuíam o ensino médio completo, enquanto entre as mulheres este percentual foi de 13,8%.
SETORES
O segmento que melhor remunera os empregados no Paraná é o voltado às atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, com um rendimento médio mensal de R$ 5.547. Depois, aparecem as atividades profissionais, científica e técnicas (R$ 5.215), administração pública, defesa e seguridade social (R$ 4.993) e informação e comunicação (R$ 4.291).
As menores médias de remuneração em nível estadual estão entre os profissionais que prestam serviços domésticos (R$ 1.223), água, esgoto e gestão de resíduos (R$ 1.892), atividades administrativa (R$ 2.015) e alojamento e alimentação (R$ 2.301).