Paraná Diferença

Curitiba e região têm mais mulheres que homens

A proporção é de 92,3 pessoas do sexo masculino, para cada grupo de 100 do feminino

Ana Ehlert, do Jornal do Estado

A população brasileira deve crescer 39% nos próximos 40 anos, e o número de habitantes alcançar os 260 milhões de pessoas, isso levando em conta a taxa de fecundidade em baixa da brasileira. As mulheres, não obstante, continuarão como maioria no País. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais apresentadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, a proporção no Brasil é de 95 homens para cada grupo de 100 mulheres. São atualmente cerca de 187 milhões de brasileiros, conforme estimativas.

O estudo do IBGE foi realizado com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006. O estudo mostra que nas grandes regiões metropolitanas, a proporção é até menor que a média nacional. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, são apenas 86,4 homens para cada 100 mulheres. Em Curitiba, a proporção é de 92,3 homens para cada grupo de 100 mulheres. Já do Paraná a proporção é de 94 a 100. Isso acontece, em parte, pela maior freqüência de mortes masculinas, e já era apontada em estudos anteriores.
A pesquisa do IBGE vem se constituindo num dos principais instrumentos de análise da conjutura social brasileira, e serve para pautar diversas ações dos governos.

Divórcios — Um dos dados mais relevantes da síntese deste ano é sobre o número de casamentos e divórcios. Se os casamentos voltaram a ficar na moda, os divórcios muito mais. Ambas tiveram crescimento entre um estudo e outro, mas o de separações foi maior. Entre 2004 e 2005, por exemplo, o número de casamentos cresceu 3,6%. O Amazonas foi o Estado com o maior porcentual de casamentos entre solteiros (97,0%), enquanto o Rio de Janeiro teve a menor proporção (80,8%). No Paraná, o porcentual é de 93,5%.

Já os divórcios subiram 7,4%, analisando o mesmo período. A maior parte dos casos em que essas dissoluções ocorreram de forma não-consensual foi motivada por condutas de violação do casamento, como a prática da violência doméstica, e requeridas por mulheres (45%).
Outra tendência confirmada pelo estudo é a hegemonia das mulheres na guarda dos filhos menores. De cada dez casos, em nove a responsabilidade foi concedida às mulheres.

Fecundidade — O estudo também aponta redução na taxa de fecundidade das brasileiras. Em 2006, a média nacional foi de dois filhos por mulher. Essa tendência também é observada especialmente em países europeus, que já atingiram valores inferiores ao chamado nível de reposição natural, que é de dois filhos. Entre os países da América Latina e Caribe, cujas realidades foram observadas pelo IBGE com o objetivo de traçar um paralelo em relação ao Brasil, Cuba apresenta 1,6 filho por mulher, contrastando com a Bolívia, por exemplo, cuja taxa é de 3,7 filhos por mulher. A Argentina apresenta patamares semelhantes aos do Brasil.