
Uma das grandes preocupações de saúde pública, o trânsito ainda é um dos fatores que mais provocam internamentos e mortes. Agora, uma medida inédita pretende avançar ainda mais na prevenção envolvendo municípios da Grande Curitiba.
O trabalho já desenvolvido em Curitiba para reduzir as mortes no trânsito – agora com o reforço do Hipervisor Urbano – será ampliado para os municípios vizinhos.
A Secretaria para o Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba está intensificando o diálogo institucional e a mobilização social para colocar em prática, ainda este ano, as metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, criado pela Lei 13.614/18. Estão previstas, entre outras ações, estudos, grupos de trabalho e campanhas para conter o número e a gravidade dos acidentes.
Desde o início do Programa Vida no Trânsito (PVT), em 2011, Curitiba registrou queda de 54% no número de mortes causadas por acidentes nas ruas da cidade. Em 2011, foram registradas 310 mortes em acidentes, enquanto em 2024 foram 141. O secretário Thiago Bonagura explica que a intensificação desse trabalho busca abranger todo o anel metropolitano.
“Todos estamos sensibilizados com as tragédias noticiadas recentemente. Dados divulgados pela imprensa mostram que, nas últimas seis semanas, os sinistros de trânsito cresceram 20% na Grande Curitiba, pressionando leitos hospitalares e serviços de emergência”, comentou Thiago.
O secretário argumenta que, embora Curitiba tenha reduzido as mortes em 54% desde 2011, 32,3% dos acidentes fatais registrados no ano passado foram consequência direta de falhas humanas, como excesso de velocidade, distração ao celular e desrespeito à sinalização.
“Por isso, considerar o fator humano é fundamental. O plano nacional fixa a meta de diminuir em pelo menos 50% as taxas de mortos e feridos no país até 2028 e lista 70 ações de gestão, educação, fiscalização, engenharia de tráfego, segurança veicular e atenção às vítimas”, pontuou.
Trânsito na RMC exige soluções conjuntas
Na RMC — composta por 29 municípios, nove deles conurbados e interdependentes em matéria de mobilidade — circulam mais de 3,7 milhões de habitantes, o que exige soluções metropolitanas integradas.
De acordo com o superintendente de Trânsito, da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito (SMDT), Bruno Pessuti, é fundamental compartilhar as boas experiências da cidade de Curitiba, principalmente na área da educação no trânsito, e também, absorver ideias que possam surgir ao longo do processo, para que dessa forma, o trânsito se torne mais seguro.
“Desde o começo do ano nós temos conversado, sugerimos então a criação de um seminário entre secretários de trânsito da região metropolitana para que a gente possa trabalhar esse assunto e verificar oportunidades na educação no trânsito, para que nós possamos fazer com que o trânsito da região metropolitana seja melhor”, explicou Bruno.
Veja as principais ações previstas
Lançamento do Raio X do Trânsito na RMC (em data a definir)
Grupo Técnico do PNATRANS-RMC (instalação imediata para elaborar o Plano de Ação Regional até setembro, com indicadores alinhados aos seis pilares nacionais)
Campanha RMC Vida no Trânsito (blitze educativas, painéis eletrônicos e mídias sociais com foco em velocidade segura, álcool zero e direção responsável, em parceria com Detran-PR e Polícia Rodoviária Federal)
Observatório Metropolitano de Sinistros (integração de bases de dados municipais, estaduais e hospitalares para monitorar em tempo real os fatores de risco e avaliar resultados)
I Fórum Metropolitano de Segurança no Trânsito (com base nos dados obtidos através do Raio X da RMC, analisar e discutir propostas de redução imediata dos índices de sinistralidade e mortes no trânsito e firmar um pacto com todos os municípios)