Curitiba lança plano para reduzir mortes no trânsito e convida municípios vizinhos para participar

Em 2011, foram registradas 310 mortes em acidentes, enquanto em 2024 foram 141

Aascom PMC editado por Mario Akira

Acidentes de trânsito (Franklin de Freitas)

Uma das grandes preocupações de saúde pública, o trânsito ainda é um dos fatores que mais provocam internamentos e mortes. Agora, uma medida inédita pretende avançar ainda mais na prevenção envolvendo municípios da Grande Curitiba.

O trabalho já desenvolvido em Curitiba para reduzir as mortes no trânsito – agora com o reforço do Hipervisor Urbano – será ampliado para os municípios vizinhos.

A Secretaria para o Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba está intensificando o diálogo institucional e a mobilização social para colocar em prática, ainda este ano, as metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, criado pela Lei 13.614/18. Estão previstas, entre outras ações, estudos, grupos de trabalho e campanhas para conter o número e a gravidade dos acidentes.

Desde o início do Programa Vida no Trânsito (PVT), em 2011, Curitiba registrou queda de 54% no número de mortes causadas por acidentes nas ruas da cidade. Em 2011, foram registradas 310 mortes em acidentes, enquanto em 2024 foram 141. O secretário Thiago Bonagura explica que a intensificação desse trabalho busca abranger todo o anel metropolitano.

“Todos estamos sensibilizados com as tragédias noticiadas recentemente. Dados divulgados pela imprensa mostram que, nas últimas seis semanas, os sinistros de trânsito cresceram 20% na Grande Curitiba, pressionando leitos hospitalares e serviços de emergência”, comentou Thiago.

O secretário argumenta que, embora Curitiba tenha reduzido as mortes em 54% desde 2011, 32,3% dos acidentes fatais registrados no ano passado foram consequência direta de falhas humanas, como excesso de velocidade, distração ao celular e desrespeito à sinalização.

“Por isso, considerar o fator humano é fundamental. O plano nacional fixa a meta de diminuir em pelo menos 50% as taxas de mortos e feridos no país até 2028 e lista 70 ações de gestão, educação, fiscalização, engenharia de tráfego, segurança veicular e atenção às vítimas”, pontuou.

Trânsito na RMC exige soluções conjuntas

Na RMC — composta por 29 municípios, nove deles conurbados e interdependentes em matéria de mobilidade — circulam mais de 3,7 milhões de habitantes, o que exige soluções metropolitanas integradas.

De acordo com o superintendente de Trânsito, da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito (SMDT), Bruno Pessuti, é fundamental compartilhar as boas experiências da cidade de Curitiba, principalmente na área da educação no trânsito, e também, absorver ideias que possam surgir ao longo do processo, para que dessa forma, o trânsito se torne mais seguro.

“Desde o começo do ano nós temos conversado, sugerimos então a criação de um seminário entre secretários de trânsito da região metropolitana para que a gente possa trabalhar esse assunto e verificar oportunidades na educação no trânsito, para que nós possamos fazer com que o trânsito da região metropolitana seja melhor”, explicou Bruno.

Veja as principais ações previstas
Lançamento do Raio X do Trânsito na RMC (em data a definir)
Grupo Técnico do PNATRANS-RMC (instalação imediata para elaborar o Plano de Ação Regional até setembro, com indicadores alinhados aos seis pilares nacionais)
Campanha RMC Vida no Trânsito (blitze educativas, painéis eletrônicos e mídias sociais com foco em velocidade segura, álcool zero e direção responsável, em parceria com Detran-PR e Polícia Rodoviária Federal)
Observatório Metropolitano de Sinistros (integração de bases de dados municipais, estaduais e hospitalares para monitorar em tempo real os fatores de risco e avaliar resultados)
I Fórum Metropolitano de Segurança no Trânsito (com base nos dados obtidos através do Raio X da RMC, analisar e discutir propostas de redução imediata dos índices de sinistralidade e mortes no trânsito e firmar um pacto com todos os municípios)