O curso de cuidador de idosos é um dos mais procurados nos Liceus de Ofício da Prefeitura de Curitiba. Só no primeiro semestre deste ano, a Prefeitura já ofertou 175 vagas para essa formação e, mesmo com tantas vagas, normalmente elas se esgotam rápido e tem até fila de espera.
Esse interesse vem à reboque do envelhecimento da população. Projeções indicam que, até 2050, um em cada três brasileiros terá 60 anos ou mais. Essa tendência aparece nos dados do Censo de 2022, que registrou um aumento de 57,4% no número de pessoas com 65 anos ou mais, totalizando 22.169.101 brasileiros, o equivalente a 10,9% da população.
Com o envelhecimento da população, cresce também a demanda por profissionais capacitados para atuar como cuidadores de idosos.
O curso de cuidador de idosos nos Liceus é promovido pelo Senac Paraná, em parceria com a Prefeitura de Curitiba. A iniciativa faz parte do conjunto de ações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação que busca ampliar as oportunidades de capacitação profissional na cidade.
“Muitas vezes, o desemprego acontece porque a pessoa não sabe onde procurar uma vaga ou não tem a qualificação exigida. A formação profissional é essencial, por isso continuamos investindo em cursos de qualidade com parceiros como o Senac”, destaca Paulo Martins, vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação.
A instrutora do curso, Cristiane Ardigó, explica que a formação envolve aulas teóricas e práticas, incluindo visitas a casas-lares e centros de convivência. O objetivo é preparar o aluno para prestar um atendimento qualificado ao idoso.
“É fundamental que as famílias escolham cuidadores capacitados, porque esse profissional não é apenas uma companhia. Ele precisa saber lidar com doenças geriátricas, administrar medicamentos e acompanhar o idoso em consultas médicas. O cuidado com a saúde do idoso exige atenção especializada”, explica Cristiane.
Carga horária do curso de cuidador de idosos
Com carga horária de 160 horas, o curso aborda temas como estímulo à independência e autonomia do idoso, além da assistência física, emocional e social para aqueles que necessitam de apoio nas atividades diárias. Após as aulas teóricas e práticas, os participantes ainda vivenciam experiências supervisionadas, que podem ocorrer em comunidades ou em casas-lares.
Renda extra e transformação pessoal
Gracieli Alves trabalha como operadora de caixa em um supermercado. Com experiência anterior cuidando de idosos, decidiu fazer o curso para se aperfeiçoar e complementar a renda com trabalhos esporádicos na área.
“Estou aprendendo que, além da parte técnica, é necessário ter paciência e inteligência emocional para exercer essa função. Minha expectativa é que o curso me ajude a conquistar uma renda extra”, conta Gracieli.
Jussara Fernandes de Araújo, formada como técnica em enfermagem, buscou o curso como forma de ampliar conhecimentos e aumentar as oportunidades de trabalho.
“Aprendi, por exemplo, que o idoso não gosta de ser tratado como criança. É preciso ter empatia e tratá-lo com respeito e dignidade”, afirma a aluna.