Das montanhas às lutas, pais e filhos compartilham as mesmas paixões em Curitiba

Sergio Mezzomo está no mundo das lutas desde criança e agora treina os próprios filhos; já Renan Krelling passou o amor pela natureza pro sucessor

Rodolfo Luis Kowalski
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Sergio ao lado de Vitor e Artur: paixão pelas artes marciais passou de pai para filho na família Mezzomo (Foto: Luís Pedruco

Você, provavelmente, já deve ter ouvido por aí ditados populares como “filho de peixe, peixinho é” ou que “o fruto não cai longe da árvore”. Os dois provérbios tem um mesmo sentido: mostrar como os filhos tendem a ter características semelhantes às de seus pais, o que se reflete no comportamento, valores, atitudes e até mesmo habilidades desenvolvidas por eles. E em Curitiba, alguns casos de pais e filhos que compartilham uma mesma paixão ou um mesmo hobby ajudam a ilustrar essa influência.

Esses são os exemplos de Sergio Mezzomo, de 35 anos, e Renan Heinz Krelling, de 40. O primeiro está no mundo das artes marciais desde os oito anos de idade. Agora, é também o treinador de seus próprios filhos, Vitor (de 12 anos) e Artur (de 8). Já o segundo é montanhista desde os 15, uma paixão que começou a passar para o seu filho, Miguel, quando ele tinha três anos. E que começou a se intensificar agora, quando o menino completou 8 anos e resolveu até lançar um canal no YouTube contando sobre suas aventuras: o @miguelzinho2017.

Nos dois casos, a transferência do gosto pelo esporte acabou acontecendo de forma quase que natural. Como se fosse uma coisa de sangue mesmo.

“O Vitor começou porque me via dando aula, ia desde cedo para evento também, e daí começou a treinar já cedo, com 7 anos. O Artur já foi mais pela influência do irmão, porque ele ficava vendo o Vitor competindo, treinando… E eu incentivo eles, os dois estão com lutas marcadas para logo”, conta Serginho, que é lutador desde os 7 anos de idade, também. Começou no Taekwondo, depois foi pro Muay Thai e hoje é professor de boxe, Jiu-Jitsu e MMA.

“Para mim, é muito massa ver eles treinando, competindo, tentando seguir o mesmo caminho que eu. É importante essa participação nos eventos, motivar a criança a ter essa gana da competição, ter a disciplina de estar treinando. Eu pego bastante no pé deles. Digo que tem que treinar, porque tudo depois vai ser cobrado: na escola, na luta, no trabalho… Tem que saber lidar com as coisas. E eu fico muito feliz de ver eles no esporte”, ressalta o pai e treinador.

“Ele é bem aventureiro, um orgulho”

Renan, por sua vez, começou a praticar o montanhismo quando tinha apenas 15 anos de idade e treinava vôlei na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil). “O treinador levou o time todo pro Pico Paraná. Foi uma experiência muito legal, depois conheci outros amigos do Cajuru que faziam montanhismo e daí comecei a ir direto. Até hoje tenho uma meta pessoal, de pelo menos uma vez por ano acampar na montanha”, conta ele.

Quando realizou o sonho de se tornar pai, então, tratou de colocar o filho cedo nos esportes. Com dois anos de idade Miguel já estava na bicicleta de equilíbrio e pouco tempo depois começou a participar de alguns pedais com Renan. No ano seguinte, já com três anos de idade, foi a vez de estrear nas montanhas.

“A primeira montanha foi o Morro do Cal, que fizemos duas vezes. Depois fomos no Morro do Canal, que fizemos mais duas vezes, e agora, mais recente, levei ele no Pão de Loth e no Anhangava”, conta o pai, que já está planejando novos desafios ao lado do filho. “Agora estou querendo levar ele no Camapuã ou no Capivari Mirim. Aos poucos estou aumentando a altitude, colocando novos desafios. E também estamos planejando fazer em breve um acampamento em montanha, passar uma noite com barraca, fogareiro, toda essa aventura. Ele é bem aventureiro, gosta de atividade ao ar livre, contato com a natureza. É um orgulho”, gaba-se Renan.