Neste ano no Paraná, até o mês de julho, foram registrados 1.126 acidentes de trânsito envolvendo bicicletas, sendo 656 com vítimas com ferimentos e 15 com óbito.
Já no primeiro semestre do ano, foram 976 sinistros, número 3% maior do que no mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2024 houve 943 sinistros envolvendo ciclistas. Já ao longo do ano passado, foram 1.828, sendo 1.143 com vítimas com ferimentos e 37 com óbito.
Os números foram divulgados nesta terça-feira (19), Dia Nacional e Estadual do Ciclista, e mostram a importância da conscientização. Por isso, o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) promoveu, em Curitiba, uma abordagem educativa com o objetivo de conscientizar sobre segurança no trânsito e o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável e mobilidade saudável.
A ação aconteceu na Avenida Afonso Camargo, em frente à Rodoferroviária, realizada em parceria com a ABC Trânsito e Escola Pública de Trânsito de Curitiba.
Uso da bicicleta
O presidente do Detran-PR, Santin Roveda, destaca a importância do uso da bicicleta para a sustentabilidade. “Pedalar contribui para cidades mais limpas, menos congestionadas e com melhor qualidade de vida. Por isso, reforçamos aos paranaenses que o trânsito é um espaço compartilhado. A prioridade deve ser sempre a preservação da vida, especialmente dos mais vulneráveis”, disse.
De acordo com o diretor de Tecnologia do Detran-PR, Ismael de Oliveira, observa-se um aumento no número de usuários deste tipo de transporte, tanto de forma recreativa quanto para o trabalho. “A atividade como hobby tem crescido de maneira orgânica e estruturada entre grupos de condomínios. Mas, de forma geral, o uso ainda é mais aplicado ao trabalho. O perfil é o mais variado possível, sendo homens e mulheres de diversas faixas etárias. Nas cidades, a depender da região, os praticantes são mais jovens e estudantes”, detalhou.
Curitiba
De acordo com os dados do sistema Bateu do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), houve 4.903 acidentes registrados envolvendo bicicletas em Curitiba entre os anos de 2012 até o mês de junho de 2025. Só este ano, o sistema registrou 217 sinistros com bicicletas no município até esta data.
Perfil
Além dos dados de acidentes, pesquisas recentes mostram como o uso da bicicleta tem crescido no Paraná.
Em Maringá, por exemplo, 6% dos deslocamentos são feitos de bicicleta, o dobro da média nacional, com 41 km de ciclovias.
Em Curitiba, 2% dos deslocamentos utilizam bicicleta, com uma malha de 207 km de ciclovias. Na capital, 11% dos ciclistas começaram a pedalar nos últimos seis meses, índice acima da média nacional (7%).
O sistema de bicicletas compartilhadas de Curitiba superou 1 milhão de viagens em menos de um ano, mostrando o avanço do modal.
Em 2023, o programa Pedala Paraná realizou um Censo de Ciclistas e Bicicletas em escolas estaduais. Houve mais de 206 mil respostas sobre posse, frequência de uso e percepções sobre ciclovias. “O ciclismo é esporte, lazer, meio de transporte e também uma atividade que salva vidas, pois incentiva hábitos mais saudáveis e sustentáveis. Nossa missão é trabalhar por mais segurança e infraestrutura para os ciclistas de todo o Paraná”, afirma o deputado Cobra Repórter, autor da lei que criou o Dia Estadual do Ciclista.
Paraná tem políticas públicas voltadas para a ciclomobilidade
O Paraná conta com uma estrutura voltada ao desenvolvimento de políticas públicas voltadas à ciclomobilidade, por meio do Programa Paranaense de Ciclomobilidade – CicloParaná, criado pelo Decreto Estadual nº 1517/2015. O objetivo é consolidar a bicicleta como meio de transporte, lazer e esporte, além de promover cidadania, saúde, segurança viária e turismo sustentável.
Para colocar essas ações em prática, instituiu-se o Conselho Paranaense de Ciclomobilidade (Conciclo), coordenado pelo Detran-PR. O órgão reúne representantes de secretarias estaduais, universidades, entidades civis e movimentos sociais para propor, fiscalizar e apoiar políticas de ciclomobilidade.
Entre as iniciativas já implementadas estão a inclusão de conteúdos sobre ciclismo nos testes teóricos da Carteira Nacional de Habilitação (CNH); redução de 18% para 12% do ICMS para bicicletas e componentes; incorporação de ciclovias em projetos rodoviários metropolitanos e apoio técnico a prefeituras para criação de planos cicloviários.