Paraná habeas corpus

Defensoria do Paraná vai ao STF para impedir despejo de 250 pessoas em Curitiba

O pedido foi feito no mesmo dia em que a 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) manteve uma decisão para retirar as famílias do local, ocupado por 250 pessoas desde 27 de abril

Assessoria Defensoria Pública
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Divulgação/Defensoria Pública do Estado Paraná

A Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) protocolou, na última sexta-feira (03/05), um pedido de habeas corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender uma reintegração de posse na ocupação Resistência Forte, em Curitiba, no bairro Campo Comprido. O pedido foi feito no mesmo dia em que a 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) manteve uma decisão para retirar as famílias do local, ocupado por 250 pessoas desde 27 de abril. O Núcleo Itinerante das Questões Fundiárias e Urbanísticas (NUFURB) da DPE-PR argumenta que não foram cumpridos nenhum dos requisitos necessários para determinar a desocupação forçada, conforme entendimento firmado pelo STF no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 828.

Segundo o defensor público e coordenador do NUFURB, João Victor Rozatti Longhi, a Comissão de Soluções Fundiárias do TJPR não foi chamada para realizar visita técnica no local e buscar a mediação entre as famílias e o suposto proprietário do imóvel. A DPE-PR pede a atuação da comissão para evitar medidas que envolvam o uso da força policial. “Nós pedimos também que o Município de Curitiba apresente um plano de realocação que forneça moradia digna às famílias após deixarem o local. É importante lembrar que a ocupação abriga centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade, condição que demanda esforço do Poder Público para garantir que elas não fiquem sem um local adequado para morar”, afirma Longhi.

O NUFURB pede a revogação da ordem de reintegração de posse em caráter de urgência.