Diabetes afeta um em cada dez curitibanos com mais de 18 anos

Dados da pesquisa Vigitel mostram que proporção de adultos com a doença cresceu de 6,8% para 9,8% em cinco anos

Rodolfo Luis Kowalski, do Bem Paraná
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Diabetes está em alta entre a população adulta de Curitiba (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O diabetes é uma das doenças crônicas que mais avançam no Brasil. E a cidade de Curitiba não é uma exceção no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, 10 entre cada 100 curitibanos já teriam sido diagnosticados com a doença. Isso significa que o problema afeta cerca de 140 mil pessoas na cidade. No Paraná, por outro lado, a Associação Paranaense do Diabético estima que cerca de 1,2 milhão de pessoas tenham diabetes. O número leva em conta também a estimativa de pacientes que convivem com a síndrome, mas ainda não têm diagnóstico.

A diabetes mellitus é uma doença grave e crônica do metabolismo da glicose. É causada pela diminuição do hormônio insulina, produzido pelo pâncreas, que tem como função a mobilização da glicose de dentro das células. Isso provoca altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente. Esse aumento dos níveis de glicemia pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.

No caso curitibano, a pesquisa Vigitel Brasil (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) identifica ainda um expressivo aumento na prevalência da doença. Isso porque em 2018 o estudo havia apontado que 6,8% da população adulta (com 18 ou mais anos) da cidade teria diabetes. Cinco anos depois, a Vigitel 2023 (última edição do levantamento) já acusava que 9,8% dos curitibanos conviveriam com a condição. O problema é mais recorrente em mulheres (10%) do que em homens (9,5%).

Sintomas mais comuns e tratamento

Entre os sintomas mais comuns dos diferentes tipos de diabetes estão:

De acordo com a endocrinologista e médica cooperada da Unimed Curitiba, Gabriela Kramer, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, pouco exercício físico e a obesidade (que tem crescido principalmente entre crianças e adolescentes) são fatores de risco para o desenvolvimento da doença, em especial do diabetes tipo II.

Ainda segundo a médica especialista, o tratamento passa pela mudança de estilo de vida. Além disso, pode ser necessário o uso regular de insulina e outros medicamentos, entre eles as canetas de semaglutida ou tirzepatida. “Esses injetáveis que têm sido usados para tratar obesidade foram desenvolvidos inicialmente para tratar diabetes. O problema é que começou um uso desenfreado equivocado para pessoas que não têm indicação, ou usando por conta sem acompanhamento médico. E isso traz consequências, porque o medicamento faz uma reprogramação metabólica, e a longo prazo pode levar ao ganho de peso novamente”, diz Gabriela.