Dias frios esquentam a venda de roupas em Curitiba

Após dois invernos fracos, setor de vestuário comemora retorno das temperaturas baixas

Rodolfo Luis Kowalski
VENDA ROUPAS

Ozeias Freire, da loja Guaíra Center: inverno deste ano está sendo o melhor desde 2023, pelo menos (Foto: Franklin de Freitas)

O comércio de vestuário vive dias quentes em Curitiba. E isso não é “apesar” do frio invernal que a cidade vem registrando, mas sim por causa dele. É que com os dias mais gelados, a procura por produtos como moletons, jaquetas, toucas, gorros e luvas teve crescimento expressivo. Um cenário que serve para esquentar as vendas, ajudando um setor que sofreu com a falta de frio e o excesso de calor no inverno dos últimos dois anos na Capital.

Na loja Guaíra Center, por exemplo, as vendas cresceram 40% no inverno deste ano em relação ao ano passado. “Esse inverno foi um dos melhores dos últimos três anos. Os outros anos foram bem mais fracos, mas neste ano deu uma boa reagida aí. E tem previsão de vir pela frente mais frio ainda, na próxima semana. Ficamos felizes, porque nos preparamos o ano inteiro com os artigos de inverno para trabalhar no frio”, comenta Ozeias Freire, proprietário do estabelecimento.

A avaliação é a mesma de Rosenaldo Ribeiro Alves, gerente de vendas da Wind, localizada na Rua Monsenhor Celso. Para ele, nos anos anteriores as vendas foram mais fracas devido ao clima mais quente na estação que era para ser a mais fria do ano. Mas, agora, as temperaturas mais baixas estão ajudando o comércio.

“Ainda não sabemos quanto cresceram as vendas, mas vai dar uma boa diferença [em relação ao ano passado]. No dia que faz frio, aumenta muito a demanda, o pessoal nos procura mesmo daí. Querem roupa nova, querem blusa… Às vezes vai tirar o casaco do guarda-roupa, já está muito velho, está descosturado, então o pessoal vem procurar bastante. E nós torcemos pelo frio, tem que esfriar bastante [risos]”, brinca o vendedor.

Toucas, gorros, luvas, moletons e jaquetas estão entre os itens mais procurados (Foto: Franklin de Freitas)

Abrir mais cedo para aproveitar os momentos mais ‘gelados’ dos dias

Geralmente, a loja Guaíra Center abre as portas às 8h30 ou às 9 horas. Durante o inverno, contudo, o horário mudou e o estabelecimento passou a atender o público mais cedo, a partir das 7 horas da manhã. “A gente vem bem cedo aqui, já fazemos um cafezão e esperamos o povo aqui. Abrimos bem cedinho, que daí o pessoal já desce aqui do ônibus, sente aquele frio e vem procurar uma luva, uma touca, e nós já estamos aqui preparados, esperando eles”, explica Ozeias, que há 17 anos possui o comércio, que fica na Rua João Negrão, em frente ao Terminal do Guadalupe.

Ainda segundo ele, os dias mais gelados têm ajudado a dar saída para produtos de outros invernos, porque em anos anteriores o comércio estocou artigos diversos para a estação mais fria, mas o frio acabou não vindo. Com isso, a retomada das vendas também ajudam a dar uma “oxigenada” no estoque. “Ainda temos alguns produtos de invernos passados e também vão chegando novidades, aí vai vendendo um pouco de cada um. Tivemos uns invernos difíceis e passamos uns apuros porque não tinha demanda. Mas neste ano, graças a Deus, tudo mudou. E a tendência é de esfriar mais”, comenta (já também torcendo junto) o empresário.

Inverno ou Natal: qual a melhor época para vendas?

Se o comércio de vestuário aquece nos dias mais frios, qual seria, afinal, a melhor época de vendas para o segmento? Afinal, para o comércio de uma maneira geral o principal período do ano é o mês de dezembro, por conta do Natal. Para a venda de roupas, isso seria diferente?

Aí há opiniões diversas, curiosamente. Rosenaldo Alves, da Wind, acredita que o mês de dezembro e o Natal sejam ainda o grande destaque para o setor, mas destaca que o período de inverno vem logo em seguida no calendário das lojas de roupas. “O inverno é o melhor momento depois do Natal, porque é uma época em que o pessoal compra peças mais caras, né? No verão sai muita camiseta, boné, bermuda… Já no inverno são produtos mais caros, o que acaba dando bastante diferença”, aponta ele.

Já Ozeias, da Guaíra Center, coloca o inverno como sendo o melhor momento para vendas, a frente até do mês de dezembro. “No Natal são quatro, cinco dias de movimento muito grande. Mas o inverno se estende, né? Quando dá um friozinho legal a gente aproveita bastante o inverno, aproveita bastante as vendas. E são produtos em geral mais caros. Uma camiseta, por exemplo, você paga em torno de R$ 40, R$ 50. Uma jaqueta já sai por R$ 150, R$ 200, até R$ 250. E fazendo frio a pessoa vem e corre atrás mesmo, porque ninguém quer ficar passando frio, né?”, opina.