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Polícia Civil do Paraná Foto: Fábio Dias/EPR

A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito que apurava denúncia de tortura de seis crianças em escola particular na cidade Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A diretora da escola e uma professora foram indiciadas por tortura.

As investigações começaram em julho, quando um menino com diagnóstico nível 3 do Transtorno do Espectro Autista (TEA), não verbal, foi flagrado pelo Conselho Tutelar amarrado em uma cadeira pelos membros e pela cintura no banheiro da escola Shanduca -Berçário e Pré-escola. Depois da repercussão do caso, outras cinco vítimas surgiram. Segundo informações da polícia, 18 pessoas foram ouvidas no inquérito, entre suspeitos, funcionários e pais.

O primeiro inquérito envolvia uma vítima de 4 anos de idade. Já o segundo envolveu outras 5 vítimas.

O inquérito policial, após concluído, é encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR) para análise e decisão sobre a propositura de ação penal ou arquivamento. O MPPR avalia se há elementos suficientes para a acusação e, em caso positivo, oferece denúncia ao juiz, transformando o investigado em réu. Caso contrário, pode arquivar o inquérito

Os procedimentos estão em sigilo, porque o caso envolve menores de idade. A diretora da escola está em liberdade, mas a professora está em prisão domiciliar com tornozeleira. As penas somadas pela tortura de crianças podem a chegar a 11 anos de prisão.

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Tortura de crianças: “Pura maldade”, dizem pais

No dia do flagrante do primeiro caso denunciado, no qual a criança estava amarrada na cadeira, os pais da criança se mostraram perplexos. Segundo a mãe, a escola estava reclamando do comportamento mais recente da criança autista. “Diziam que ele estava nervoso, isso faz um mês e pouco”, disse a mãe. “Mas nenhuma mãe vai imaginar que acontece isso em uma escola. Escola especializada, particular, para cuidar de crianças autistas, achamos que ficaria bem cuidado. Não iríamos procurar uma escola para colocar ele no banheiro, amarrando”.

O pai disse que, devido à reclamação da escola, a família procurou tratamento neurológico para a criança. “Ainda não consegui digerir direito o que aconteceu. É uma pura maldade contra uma criança indefesa, que não consegue falar”, afirmou ele. “Queremos que a escola feche”.