IGREJA DO PORTAO
Igreja Senhor Bom Jesus do Portão (Foto: Franklin de Freitas)

Curitiba é resultado de uma grande mistura étnica. Quando a grande leva de imigrantes chegou por aqui, na virada do século 19 para o 20, já havia árabes, alemães, italianos e poloneses, povos que trouxeram junto sua cultura e fé.

Assim, as igrejas, templos, mesquitas e sinagogas em Curitiba revelam a história, a fé e a riqueza estética da arquitetura religiosa, conectando passado e presente.

A história da arquitetura frequentemente se concentra em edifícios religiosos, que representam a expressão mais duradoura e influente das culturas. Desta forma, igrejas, templos e sinagogas não são apenas locais de culto, mas símbolos de identidade, fé e arte, refletindo crenças e emoções de cada comunidade.

Em Curitiba, essa riqueza arquitetônica pode ser admirada em diversos templos. A Catedral Basílica de Curitiba, por exemplo, impressiona pelo estilo neogótico e torres imponentes.

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Foto: Jaelson Lucas/ SECOM (Arquivo)

A história da Catedral começa com a fundação de Curitiba, no século XVII, quando os primeiros povoadores, liderados por Francisco Soares do Vale, escolheram se instalar na atual Praça Tiradentes guiados pela tradição da imagem de Nossa Senhora da Luz, trazida de São Paulo e venerada como milagrosa. Por volta de 1654, construíram uma primeira capela de pau-a-pique. E em 1668, foi criada a Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

Entre 1714 e 1720, foi erguida a Antiga Matriz, em pedra e barro, maior e mais digna que a capela inicial. Em 1720, chegou a segunda imagem da padroeira, vinda de Portugal. Com problemas estruturais e pressões urbanas, a Antiga Matriz foi fechada em 1875, e a sede paroquial transferida para a Igreja do Rosário.

A construção da atual Catedral começou em 1876, com projeto do arquiteto francês Alphonse Conde Des Plas, e foi inaugurada em 7 de setembro de 1893. Desde então, passou por diversas reformas, ampliações e restaurações, incluindo a instalação de vitrais, mudanças no mobiliário, recuperação das pinturas e adequações litúrgicas após o Concílio Vaticano II.

Igreja do Rosário

Já a Igreja do Rosário traz a herança colonial portuguesa, com detalhes de um estilo Barroco tardio que busca reinterpretar a arquitetura colonial e barroca brasileira.

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Foto: Pedro Ribas/SMCS

Situada em uma das esquinas mais culturais e charmosas da cidade, a Igreja do Rosário em Curitiba como é popularmente conhecida é maior e mais emblemática do que se pensava. Seu nome, real, é Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito.

A sua primeira edificação foi inaugurada em 1737, foi o terceiro templo de Curitiba, depois da Matriz e da Igreja da Ordem. Era uma pequena capela construída pelos escravos e denominada Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito que, depois de algumas reformas no início do século XIX, foi sendo ampliada, adquirindo um estilo colonial. Durante 17 anos (entre 1876 e 1893), a humilde igrejinha de escravos acolheu os ricos ornamentos da velha Matriz, que estava sendo reconstruída.

A antiga construção colonial foi demolida entre 1931 e 1938, e em 1946 foi inaugurada a atual igreja, em estilo barroco tardio, mantendo a azulejaria portuguesa que remete à fachada original. Desde então, celebra-se ali a festa do Rosário, incluindo a tradicional lavação das escadarias, em referência às religiões de matriz africana e à luta por reconhecimento da cultura negra.

Desde 1951, a igreja é administrada pelos jesuítas, com missas diárias e horários especiais durante a famosa Feira do Largo da Ordem, integrando história, cultura e religiosidade na vida curitibana.

Imaculado Coração de Maria

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(Foto: Daniel Castellano / SMCS)

A Igreja Imaculado Coração de Maria, localizada no bairro Rebouças, em Curitiba, tem 102 anos desde o término da Construção com dominante estilo Eclético e fortes influências Neobarrocas.

Os Claretianos fazem parte da história de Curitiba. Chegaram aqui em 1906, no bairro Água Verde, mudando no ano de 1908 para então Av. Ivaí, hoje Av. Presidente Getúlio Vargas no bairro que depois foi denominado de Rebouças.

A comunidade Claretiana foi acolhida pelos curitibanos, que fizeram com que o Santuário inaugurado em 1910 ficasse pequeno para tantos fiéis. Com isso, em 1917 se iniciou a construção de um novo Santuário, sendo inaugurado em 1922. Indo além dos serviços religiosos. Com uma ótima relação com a comunidade local, o “colégio dos padres”, como é conhecido pela vizinhança, é visto com muito carinho pela sociedade curitibana, mantendo sua relevância e debatendo diversos temas atuais, ajudando a construir uma cidade melhor.

Mesquita Iman Ali

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(Foto:Cesar Brustolin/SMCS)

A Mesquita Imam Ali ibn Abi Tálib traz elementos islâmicos, cúpulas e azulejos decorativos, mostrando a diversidade cultural e religiosa da cidade.

Apesar de estar em pleno centro histórico turístico, a construção fica meio escondida, de frente para uma rua comum. A versão de Curitiba, lógico, não se compara em tamanho às principais mesquitas do mundo. Mas é difícil mesmo ver e não sair impressionado.

A arquitetura repleta de características típicas dos templos muçulmanos. A cúpula, os arcos, os minaretes orientados em direção à Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos . O que faz a mesquita curitibana se destacar entre outras do Brasil são os azulejos coloridos em tons de azul, decorados por minuciosos arabescos coloridos e inscrições na língua árabe.

Outro motivo tem a ver com a história da cidade. Curitiba é resultado de uma grande mistura étnica. Depois da segunda guerra muitos libaneses fugindo da Guerra Civil entre 1975 e 1989 se instalaram aqui. Quando ela terminou, o Paraná tinha a segunda maior colônia árabe do Brasil, atrás apenas de São Paulo. Nos domingos pela manhã, a escadaria vira quase uma extensão da tradicional Feirinha do Largo da Ordem.

Igreja Senhor Bom Jesus do Portão

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(Foto: Cesar Brustolin/SMCS)

A Igreja Senhor Bom Jesus do Portão tem um estilo arquitetônico Neogótico e é um marco histórico e cultural do bairro que ela tem nome .

Construída entre 1916 e 1928, em estilo neogótico, ela substituiu uma antiga capelinha dedicada ao Senhor Bom Jesus. Em 1949, a igreja recebeu sua característica pintura em tons vermelhos. Sim, é muito comum que ao olharmos igrejas neogóticas associemos a um castelo, isso acontece porque ambos os tipos de edifícios buscam a verticalidade, a grandiosidade e usam elementos arquitetônicos que eram típicos da Idade Média. Em 2007 a igreja sofreu um grande incêndio, mas foi restaurada e, desde 2017, é destaque na paisagem do bairro do Portão.

Curitiba abriga mais de mil templos, reunindo diferentes religiões e manifestações de fé, sendo eles:

Centros:
Centro Budista: 5
Centro Espírita: 59
Centro Umbandista: 29

Templos Cristãos:
Congregação Cristâ no Brasil: 90
Igreja Adventista da Promessa: 9
Igreja Adventista do Sétimo Dia: 86
Igreja Batista: 62
Igreja Batista Independente: 9
Igreja Batista Nacional: 10
Igreja Católica Romana: 291
Igreja Cristã Maranata: 17
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias: 36
Igreja do Evangelho Quadrangular: 159
Igreja do Nazareno: 10
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil: 2
Igreja Evangélica Assembleia de Deus: 161
Igreja Evangélica Cristianismo Decidido: 3
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil: 12
Igreja Evangélica Irmãos Menonitas: 11
Igreja Evangélica Luterana do Brasil: 10Igreja Mundial do Poder de Deus: 10
Igreja Ortodoxa Antioquina: 1
Igreja Ortodoxa Grega: 1
Igreja Ortodoxa Ucraniana: 2
Igreja Pentecostal de Jesus Cristo: 9
Igreja Pentecostal Deus é Amor: 36Igreja Pentecostal Visão Missionária: 20
Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil: 1
Igreja Presbiteriana do Brasil: 31
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil: 7
Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil: 8
Igreja Universal do Reino de Deus: 50Outros Templos Cristãos: 314
Salão do Reino das Testemunhas de Jeová: 38

Não cristãos:
Igreja Messiânica Mundial do Brasil: 4
Mesquita Islâmica: 2

Outros Templos Não Cristãos: 8
Sinagoga Judaica Israelita: 3
Templo Bahá´í: 1

Fonte: Sistema de Equipamentos Urbanos de Curitiba (SEUC)

*Nicole Salomón sob supervisão de Mario Akira