
Três municípios do Paraná vão às urnas em 5 de outubro de 2025 para escolher novos prefeitos e vices. A decisão foi tomada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) após cassações de mandatos e indeferimento de candidaturas nas eleições de 2024. As cidades que terão pleito fora de época são São João e Cruzeiro do Iguaçu, no Sudoeste, e São Tomé, no Noroeste do estado.
Em Cruzeiro do Iguaçu, foram cassados os diplomas do prefeito Reni Kovalski (PP) e da vice-prefeita Sandra Ghedin Turmina (PDT). Eles foram acusados de compra de votos. Segundo o TRE-PR, o coordenador da campanha teria pago o IPVA de uma eleitora e prometido emprego ao filho de outra, com conhecimento dos candidatos. Além da perda de mandato, os dois foram multados em R$ 5,3 mil.
Já em São João, a nova eleição acontece após a cassação dos mandatos do prefeito Clóvis Mateus Cuccolotto e do vice-prefeito Valdir Wiesenhutter. Os motivos foram abusos de poder político e econômico.
No município de São Tomé, o pleito suplementar foi determinado pelo indeferimento da candidatura de Eliel Hernandes Roque ao cargo de prefeito, decisão mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Candidatos à eleição fora de época
As convenções partidárias e a formação de coligações estão previstas para o período entre 18 e 22 de agosto de 2025. A partir daí, os partidos poderão oficializar os nomes dos novos candidatos que disputarão o comando das três prefeituras. Assim, na sexta-feira (22) os nomes devem ser divulgados.
Eleições suplementares no Paraná nos últimos anos
No Paraná, quatro cidades tiveram nos últimos anos (2021 e 2022) eleições suplementares para prefeito. Foram elas: Munhoz de Mello (no norte do Paraná); Nova Prata do Iguaçu (no sudoeste); Francisco Alves (noroeste); e Agudos do Sul (Região Metropolitana de Curitiba).
Munhoz de Mello, por exemplo, foi a primeira cidade brasileira a realizar eleições suplementares em 2021, no dia 11 de abril. O pleito foi fixado pelo TRE-PR devido ao indeferimento do registro de candidatura de Gilmar Jose Benkendorf Silva, candidato eleito para prefeito de Munhoz de Mello nas eleições de 15 de novembro de 2020.
Na eleição suplementar, a chapa vencedora foi a Coligação Renovação, União e Trabalho (MDB/PL), do prefeito Dr. Marcondes (Marcondes Araujo da Costa) e do vice-prefeito Bruno (Bruno Deyvison Araujo) com 1.535 votos (55,2% dos votos válidos).
Pouco mais de dois meses depois, em 13 de junho de 2021, foi vez de 6.903 eleitores de Nova Prata do Iguaçu irem às urnas para escolher o novo prefeito e vice-prefeito. Nesse caso, as eleições suplementares foram fixadas após o indeferimento do registro de candidatura do prefeito eleito, Ari Antônio Gallert, por ter renunciado ao mandato de vereador (Legislatura 2016-2020) na Câmara de Nova Prata do Iguaçu no dia seguinte à comunicação formal a respeito da suspensão de seus direitos políticos, o que poderia levar à instauração de processo para a perda de mandato eletivo e à sua inelegibilidade. No novo pleito, a vencedora foi Coligação Juntos por Nova Prata, do prefeito Serginho Faust e do vice-prefeito Odair Pez, com 3.455 votos (51,09%).
Já em Francisco Alves, a eleição suplementar aconteceu em 7 de novembro de 2021, quando 4.447 pessoas compareceram às urnas. O novo pleito foi fixado depois de Valter Cesar Rosa (PSDB), candidato único eleito para a Prefeitura em 2020, ser considerado inelegível por ter as contas desaprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).
Na nova eleição, a coligação vencedora foi “Trabalho e competência, Francisco Alves no caminho certo”, formada pelos partidos PSDB e PSB, da prefeita Milena Silva Rosa (Milena do Valtinho) e do vice-prefeito Paulo Navero, com 2.096 votos (49,35%). Por fim, na Grande Curitiba, temos o caso de Agudos do Sul, que além da eleição de 2020 e da que se aproxima (de 2024) também teve um pleito suplementar, realizado em 3 de abril de 2022. E por pouco não teve mais.
Em 2020, a emedebista Luciane Texeira foi aclamada prefeita, mas depois teve o registro da candidatura negada. Ela não chegou nem a ser diplomada, assumindo o cargo de prefeito até a eleição suplementar o presidente da Cãmara Municipal. Em abril do ano passado, então, uma nova eleição foi realizada e Jesse Zoellner venceu a disputa pela prefeitura. Depois de eleito, no entanto, o atual prefeito da cidade foi acusado de compra de votos, em caso que tramita no TRE-PR. Ele, inclusive, chegou a ser condenado em primeira instância, mas segue recorrendo e, enquanto recorre, permanece chefiando o Poder Executivo municipal.