Em 2024, pela primeira vez, Curitiba registrou mais casos autóctones de dengue do que importados. De janeiro a 8 de novembro, foram confirmados 17.626 casos de dengue, sendo 5.040 importados e 12.583 autóctones. Ou seja, 71% dos casos de dengue em Curitiba tiveram a contaminação na própria cidade. A Prefeitura de Curitiba alerta a população elimine os criadouros do mosquito e usem repelente para que uma nova onda de dengue atinja a cidade.
Durante o período de inverno, cai o registro de novas contaminações, mas é preciso lembrar que a fêmea do Aedes depositou seus ovos em vários locais, à espera das condições ideais para eclodir”, alerta da coordenadora municipal de controle do Aedes, Tatiana Faraco.
No trabalho de campo, desenvolvido em toda cidade pelos agentes de combate a endemias (ACE), foram encontrados mais de 3 mil focos do mosquito da dengue. Para eliminar o risco, é necessário lavar recipientes com esponja e sabão e guardá-los em local coberto e protegido da chuva ou eliminar objetos inservíveis. “Sem esse cuidado, podemos ter uma nova onda de casos de dengue em nossa cidade. Além de eliminar os criadouros, também é necessário manter cuidados individuais, como o uso de repelentes para evitar a picada do mosquito contaminado”, diz a secretária.
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Vistorie sua casa para evitar a dengue
O ciclo de reprodução do Aedes aegypti é de cerca de uma semana, entre a fase de ovo, larva e mosquito alado. A vistoria semanal tem o objetivo de interromper esse ciclo e evitar a infestação. Os ovos do Aedes podem permanecer no ambiente por até um ano sem eclodir. Quando há condições ideais de temperatura e água, o ciclo de reprodução se reinicia. “A recomendação é que a família se una nessa tarefa semanal com o apoio de um check list para eliminar tudo que pode acumular água e se tornar criadouro do Aedes e assim a dengue”, orienta Tatiana.
Onde procurar possíveis criadouros
- As lixeiras devem ser tampadas e protegidas das chuvas. Lembre-se de fechar bem o saco plástico.
- Baldes, bacias, potes, pneus e garrafas devem ser guardados em locais protegidos da chuva. Se não forem mais usados, devem ser descartados para serem recolhidos pela coleta de recicláveis.
- Mantenha as caixas d’água tampadas, certificando-se que não há frestas para a entrada do mosquito.
- Os vasos de plantas devem estar livres de pratinhos para reter a água da rega, principalmente na área externa. Dentro de casa, os pratinhos devem ser preenchidos com areia, para evitar o acúmulo de água.
- Lave os potinhos de seu pet com esponja e sabão ao menos duas vezes por semana, sem esquecer o bebedouro de passarinhos, que geralmente é deixado em árvores no quintal.
- Piscinas precisam ter a água tratada e as bordas lavadas com esponja e sabão ou com produtos próprios para esse fim, inclusive as de plástico, que muitas vezes são esquecidas no fundo do quintal.
- Tonéis, bombonas, caixas d’água ou qualquer reservatório ao nível do solo precisam ser tampados ou vedados com tela fina de proteção. Sempre que possível, devem ser lavados com esponja e sabão.
- Os brinquedos das crianças devem ser guardados em locais secos e protegidos da chuva. É comum um brinquedo esquecido no quintal acumular água. Também é necessário lavá-los com esponja e sabão para eliminar possíveis ovos depositados nas bordas.
- Restos de construção, telhas, entre outros materiais inservíveis também precisam estar protegidos da água da chuva ou descartados adequadamente para evitar a dengue
- Atenção aos recipientes dentro de casa. Em algumas geladeiras, a bandeja de degelo, que fica na parte de trás, perto do motor, é um verdadeiro paraíso para os mosquitos: escondido, com calor e água. É preciso verificar semanalmente se acumula água e lavar com esponja e sabão.
- Os aparelhos de ar condicionado, refrigerador portátil e ventiladores que têm recipientes com água também precisam de atenção e limpeza periódica.
- Banheiros sem uso e ralos podem ser criadouros em potencial. Semanalmente, limpe-os e coloque água sanitária para evitar a dengue