
Em menos de 40 dias, quatro incêndios foram registrados na chácara da família do arquiteto Ayrton João Cornelsen, o Lolô Cornelsen, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O último deles aconteceu na madrugada desta sexta (10) e destruiu uma das últimas casas projetadas pelo arquiteto e a única modernista da cidade. Além de ícone da arquitetura modernista, Cornelsen participou de vários projetos importantes no Paraná como, por exemplo, a implantação do ferryboat entre Guaratuba e Matinhos, no litoral, a Rodovia do Café, além de ter sido jogador de futebol.
De acordo com Consuelo Cornelsen, filha do arquiteto, o primeiro incêndio foi em agosto, quando um barracão da chácara, que fica no bairro Afonso Pena, que abrigava um floricultura pegou fogo. Em setembro deste ano, dois outros barracões da propriedade também registraram incêndios.



A família registrou boletins de ocorrências e a Polícia Civil de São José dos Pinhais investiga os casos, mas até agora não há respostas. Ninguém ficou ferido nos incêndios.
Casa de Lolô Cornelsen foi construída em 1948
A casa em São José dos Pinhais foi construída em 1948 e apresenta uma estrutura com cobertura em V, inspirada em formas da natureza.


A história de Lolô Cornelsen
Nascido em 7 de julho de 1922, Cornelsen formou-se em arquitetura e engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ao longo de sua carreira, atuou no planejamento urbano, na pavimentação de rodovias e no desenvolvimento de autódromos no Brasil e no exterior.
Como diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná nos anos 1950, foi responsável pela pavimentação de mais de 400 km de rodovias. Também elaborou planos diretores para novas cidades no oeste e sudoeste do estado.
Entre suas obras estão a Rodovia do Café, a Estrada da Graciosa, o ferry-boat de Guaratuba, o Autódromo Internacional de Curitiba, o Autódromo de Jacarepaguá (RJ), além de projetos em Angola e Portugal.
Cornelsen também teve passagem pelo futebol. Foi tricampeão paranaense com o Athletico Paranaense nos anos 1940 e criou o tradicional escudo com o monograma “CAP”. Ele também colaborou com o projeto original do Estádio Couto Pereira, do Coritiba, e com a Vila Olímpica do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro.
Lolô Cornelsen morreu em 2020, aos 97 anos.