
Após anunciar a intenção de criar uma espécie de “cadastro de criminosos” para prevenir crimes em shows e grandes eventos, entidades como o Sindicato Patronal das Empresas Promotoras de Eventos do Paraná (Sindiprom) e a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) divulgaram mais detalhes sobre a iniciativa. A ideia, resumidamente, envolve a criação de uma espécie de “big brother” em shows, com a utilização de reconhecimento facial e uma superinteligência artificial para se identificar pessoas que tenham problemas com a Justiça entre o público de espetáculos, o que poderia ajudar na prevenção de crimes.
De acordo com Fábio Aguayo, presidente do Sindiprom e da Abrabar, um pedido sobre o assunto já foi protocolado na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e na Secretaria da Segurança Pública (Sesp-PR).
“Queremos reconhecimento facial integrado com o sistema Córtex, do Ministério da Justiça. A população e empresários do setor apoiam essa medida. Temos que integrar essa questão da vigilância e monitoramento, principalmente com reconhecimento facial. Pegar foragidos da Justiça, todo tipo de criminoso. E também, nos shows, as quadrilhas que atuam roubando celulares”, aponta Aguayo.
Mobilização começou após arrastão em festival
A mobilização do setor, inclusive, teve início após um arrastão registrado durante um festival de música em Curitiba. Na ocasião, mais de 50 celulares foram furtados. Agora, então, a intenção seria utilizar e integrar com as Muralhas Digitais públicas as câmeras nas entradas e entorno dos locais de shows e grandes eventos. Com isso, tornar-se-ia possível a utilização de reconhecimento facial para identificar, entre o público, quem tenha algum tipo de enrosco com a Justiça.
“Isso já é utilizado nos jogos de futebol e agora uma empresa especializada em identificação facial e conectada ao Córtex nos procurou pra gente implementar isso também nas entradas e entorno dos shows e eventos. Com os clubes de futebol, já estamos conversando para utilizar esse sistema quando tiver shows em estádios e arenas. E nos espaços de eventos, casas noturnas grandes, queremos estar integrados não só com a Muralha Digital de Curitiba, mas também com o governo do Estado”, emenda Aguayo.
Sistema Córtex
O sistema Córtex, citado por Aguayo, é uma superinteligência artificial criada pelo Ministério da Justiça para uso na segurança pública. Capaz de unificar e cruzar bancos de dados e de acessar câmeras de segurança e trânsito, o programa ajuda na prevenção e investigação de crimes.
“Isso já está nos estádios de futebol. Por que não nos eventos? Daí vamos pegar fácil essas quadrilhas, seja dentro ou no entorno dos locais dos eventos”, ressalta Aguayo.