Endometriose: em dez anos, Paraná registra mais de 10 mil casos

Mal atinge apenas as mulheres. Estimativas apontam que 200 milhões tenham o problema no mundo

Bem Paraná

Curitiba participa, neste sábado (24), da EndoMarcha, a Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose, doença que afeta específicamente as mulheres. Estima-se que 200 milhões de mulheres sofram do mal no mundo, seis milhões no Brasil. No Paraná, nos últimos dez anos, foram diagnosticados 9.536 casos que exigiram internação. O Estado é o terceiro com mais atendimentos desde 2008. Apenas São Paulo (25.158) e Rio Grande do Sul (9.825) tiveram mais internações no período. A marcha em Curitiba acontece na Boca Maldita, a partir das 9 horas.
A doença se caracteriza pela presença do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, fora da cavidade uterina, podendo acometer outros órgãos da pelve, como as trompas, bexiga, ovários e intestino. Durante a menstruação, esse tecido sofre ações hormonais provocadas pelo hormônio feminino, estrógeno, que causa inflamação, fazendo com que a mulher sofra com cólicas intensas. De acordo com o médico especialista, o ginecologista Patrick Bellelis, é fundamental que a mulher fique atenta aos sinais que o corpo manifesta, dores intensas não são normais.
Os sintomas da doença envolvem os chamados 6 Ds, que são: dismenorréia (cólica menstrual), dor pélvica crônica (não relacionada com a menstruação), dispareunia de profundidade (dor na relação sexual), dificuldade para engravidar, dor ou sangramento na evacuação (durante a menstruação) e dor ou sangramento na micção (durante a menstruação).

Conheça os sintomas
Os sintomas da doença envolvem os chamados 6 Ds, que são: dismenorréia (cólica menstrual), dor pélvica crônica (não relacionada com a menstruação), dispareunia de profundidade (dor na relação sexual), dificuldade para engravidar, dor ou sangramento na evacuação (durante a menstruação) e dor ou sangramento na micção (durante a menstruação)

No Paraná, as pacientes, em sua maioria (46,4%) possuem entre 40 e 49 anos de idade. Em seguida aparece as faixas entre 30 e 39 anos (21,7%) e 50 a 59 anos (17,1%). Elas permaneceram, em média, 2,4 dias internadas por conta da doença

Uma pesquisa brasileira confirmou o que a literatura internacional mostra: o diagnóstico da endometriose é demorado. Por aqui, 38% das mulheres demoram de 5 a 8 anos para ter a confirmação, sendo que 14% demoram mais de 8 anos. A média mundial é de 7 anos. A pesquisa foi feita pelo Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade, juntamente com o ginecologista Edvaldo Cavalcante, com três mil pacientes entre janeiro e fevereiro deste ano

A mesma pesquisa mostrou que 74,8% das mulheres precisaram visitar mais de 3 médicos para receber a confirmação do diagnóstico. Em relação ao tratamento, 7 em cada 10 mulheres com endometriose precisaram fazer ao menos uma cirurgia para tratar a doença

Como qualquer doença crônica, a endometriose interfere negativamente na vida profissional das mulheres com esta condição. A pesquisa revelou que 6 em cada 10 faltam ou já faltaram ao trabalho devido ao tratamento ou à dor. E tem mais: 48% das entrevistadas já precisaram entrar no auxílio-doença, pelo menos uma vez