Paraná CMEI

Escorpiões encontrados em creche mobilizam secretarias em Curitiba

Narley Resende

Divulgação SESA

Após notificação de pais, de que havia escorpiões no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Dinalva Túlio, em Santa Felicidade, a Secretaria Municipal da Educação (SME) fechou a unidade que agora passa por nova desinsetização. O trabalho, que inclui limpeza, deve durar todo fim de semana. O CMEI será reaberto na próxima segunda-feira (11). As secretaria municipais do Meio Ambiente e da Saúde também destacaram profissionais para evitar riscos à população. 

De acordo com a secretaria, dois escorpiões foram encontrados na creche até agora. “As crianças foram encaminhadas nesta sexta-feira ao CMEI Butiatuvinha e voltarão a ser atendidas normalmente no Dinalva Túlio na segunda-feira (11/03). A unidade já havia passado por desinsetização em dezembro passado”, diz em nota.

A situação assustou os pais dos alunos, que chegaram a acionar o prefeito Rafael Greca (PMN) pelas redes sociais. Na noite de quinta-feira (7), o prefeito se manifestou sobre o caso, anunciando a desinsetização do local e inspeção de terrenos baldios vizinhos.

O terreno ao lado do CMEI Dinalva Tulio foi apontado como principal causa da presença dos escorpiões. A Secretaria do Meio Ambiente foi acionada para roçar o terreno.

De acordo com a Secretaria da Saúde, biólogos da prefeitura estão em campo para identificar a espécie encontrada e repassar orientações e cuidados necessários. 

Escorpiões no Paraná 

Nos acidentes com animais peçonhentos, como picadas de escorpiões, aranhas e serpentes, é essencial procurar assistência médica rapidamente. O Paraná mantém em Curitiba o Centro de Controle de Envenenamentos do Estado (CCE) para orientar a população e profissionais de saúde sobre os encaminhamentos quando necessário. O serviço tem atendimento 24 horas pelo telefone 0800 410 148.

“A agilidade em administrar o soro antiveneno em acidentes com peçonhentos pode fazer a diferença entre a vida e a morte. A orientação fornecida por telefone auxilia na identificação da gravidade do caso e indica o melhor encaminhamento”, explica o chefe da Divisão de Vigilância em Zoonoses e Intoxicações, Francisco Gazola.

24 HORAS – os centros de informações e assistência em toxicologia, como o CCE, prestam atendimento em envenenamentos e fornecem consultoria em urgências toxicológicas, animais peçonhentos e venenosos através de plantão telefônico 24 horas. Esse suporte auxilia os profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento além de fornecer informações gerais e de prevenção para a população.

No Paraná, os antivenenos estão disponíveis na rede de saúde através das 22 regionais da Secretaria de Estado da Saúde e, ao todo, existem 212 centros de referência para aplicação dos soros.

LIXO E ENTULHOS – Uma das orientações para evitar acidentes com animais peçonhentos é não acumular entulhos e lixo, o que facilita o esconderijo e a proliferação desses animais. A superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini, chama a atenção para o risco a que estão sujeitos principalmente crianças e idosos.

“As crianças são mais sensíveis à toxidade do veneno pela baixa massa corpórea e os idosos por sua fragilidade física. No entanto, o risco aos acidentes é comum para todos, o que demanda cuidados e prevenção”, ressaltou.

NÚMEROS – No ano de 2017 foram registrados no Paraná mais de 17 mil acidentes com animais peçonhentos, sendo 2.396 por picada de escorpião com 3 óbitos. Em 2018, entre janeiro e outubro, o Estado contabilizou mais de 11 mil acidentes com peçonhentos, sendo que as picadas de escorpiões somaram 1.879 casos, com a confirmação de dois óbitos.

ESCORPIÕES – No Paraná, existem vários tipos de escorpiões nativos, como o marrom (Tityus bahiensis, Tityus costatus, Ananteris sp) e o pretinho, do gênero Bothriurus, espécies que não apresentam acidentes graves. No entanto, a partir da década de 80 foi introduzido no Estado o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), espécie de maior periculosidade, sendo o principal causador dos óbitos.

Segundo Gazola, o escorpião amarelo é uma espécie que se reproduz com rapidez. “É uma espécie generalista com grande capacidade de adaptação a ambientes alterados, como os ambientes domiciliares e seu entorno. A presença de apenas um exemplar pode provocar a infestação, porque a fêmea se reproduz de forma assexuada (partenogênose), sem a necessidade do macho”, explicou.

A espécie prefere se proteger em ambientes quentes e úmidos, saindo para caçar e se alimentar. No ambiente domiciliar o escorpião amarelo se abriga sob madeiras velhas, lenha, telhas, tijolos, restos de construção, entulhos e principalmente frestas em calçadas, muros e paredes.

“O lixo domiciliar mal acondicionado, restos de alimentos e sujeira nas casas atraem insetos, como baratas e outros que são alimentos dos escorpiões. Dessa forma, estes animais têm abrigo, alimento e água no entorno das habitações”, detalha Francisco.

Para evitar acidentes, é importante que as pessoas removam materiais desnecessários, mantenham o lixo acondicionado de forma adequada e fechem as frestas para que os escorpiões não se instalem e se reproduzam nas casas.

Veja como prevenir acidentes

Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;

Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;

Afastar camas e berços das paredes;

Não deixar que lençóis ou cobertores sobre a cama e berço encostem no chão. Aranhas e escorpiões podem utilizá-los como apoio para subir e se abrigar entre tecidos e travesseiros;

Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção;

Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;

Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;

Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros;

Em caso de dúvidas, ligue para o telefone 0800 410148 (Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná).