Em entrevista à AEN, a adolescente Luiza Gabrielly, de 16 anos, afirmou que seu maior é desejo é dar orgulho para os pais. Isso já começou a ser concretizado após ela passar um semestre na Irlanda, viagem que faz parte do programa de intercâmbio Ganhando o Mundo, custeado pelo Governo do Estado.
Estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual do Campo Paulo Freire, de Palmas, no Sul do Estado, Luiza estava entre os 75 alunos que desembarcaram na última quinta-feira (22) no Aeroporto Afonso Pena, depois de quase cinco meses de experiência no país europeu.
Adolescente sempre foi estudiosa
Luiza mora na comunidade Paraíso do Sul, na zona rural de Palmas, e sempre viu nos estudos a oportunidade de melhorar sua vida e a da família. “Meu pai, Luiz Carlos Damaratt, é agricultor e minha mãe se formou em pedagogia, trabalha em uma escola. Eu falo sempre que quero ser uma pessoa que vai dar orgulho a eles porque desde pequena eu vejo o quanto eles trabalham duro, limpando mato, cuidando dos animais, faça chuva, sol ou frio”, conta.
Ela aprendeu a ler e escrever antes mesmo de ir para a escola e sempre tirou boas notas, além de sempre se comportar em sala de aula. Agora, cursando o 2º ano do ensino médio, a jovem já começa a se preparar para o vestibular. Ela quer cursar medicina para poder levar ajuda à comunidade onde mora.
“Já comprei alguns livros para começar a estudar e neste ano vou fazer o Enem para treinar. A minha ideia é me inscrever no maior número de universidades, tanto aqui quanto lá fora. Penso em aplicar para uma vaga em Harvard e algumas universidades italianas que tenho pesquisado”, afirma a estudante.
Primeira vez que viajou de avião
A primeira vez andando de avião, viajando para o Exterior ou mesmo conhecendo um castelo irlandês – a experiência do Ganhando o Mundo foi determinante para essa abertura de horizontes, além de aprimorar o inglês como segunda língua. “Antes do intercâmbio, eu era muito tímida, tinha dificuldade em fazer amigos. Isso mudou muito com essa experiência, precisei me abrir para o mundo”, diz Luiza.
Outra dificuldade superada foi a distância e a saudade dos pais e dos irmãos, já que a estudante nunca tinha passado muito tempo longe e tem uma ligação bem forte com a família. A própria participação no Ganhando o Mundo precisou ser negociada com os pais, que num primeiro momento tiveram dificuldade de se separar da filha por cinco meses.
Mas toda a experiência valeu a pena ao ver o crescimento da filha, conta a mãe de Luiza, Andreia Posser Damaratt. “Eu fiquei adormecida nesse tempo, porque a saudade era bastante, deu vontade de fazer o pai ir buscar. Mas sabia que era muito importante para ela, porque ela mesma disse que cresceu muito, conquistou muita independência. Levaram um bebê e me devolveram uma moça”, afirma.
“Estou muito feliz com tudo o que ela conquistou lá, porque voltou uma mulher feita. Aprendeu muito, evoluiu muito, e a bagagem que ela está trazendo é para distribuir, porque vai incentivar os irmãos”, diz.
Exemplo da família
Mais velha de quatro irmãos, Luiza realmente está se tornando exemplo para os caçulas. A irmã Tamilly Rafaela Damaratt, de 12 anos, já começou a se preparar porque, ao chegar no ensino médio, também pretende participar do Ganhando o Mundo. E os gêmeos, Luiz Gabriel e Anadelly Vitoria, de 9 anos, vão se tornar companheiros de estudo. “Meu irmãozinho me pediu para ensinar inglês a ele e minha irmã mais nova quer aprender espanhol, então vamos estudar juntos”, conta.
Na Irlanda, a paranaense ficou na cidade de Ballinasloe, no condado de Gallway, uma cidade ainda menor que Palmas, com cerca de 6,5 mil habitantes. “Lá, fiz muitos amigos, fui recepcionada por uma host family maravilhosa, que sempre procurou me incluir em tudo, me levou para conhecer vários lugares”, conta.
“Eu gostei muito como funciona a educação de lá e como as pessoas vivem. Elas trabalham, mas aproveitam muito a vida, a família e os amigos. E é isso que quero trazer para mim, conseguir me formar em medicina, melhorar a vida da minha família e ter tempo de qualidade”, completa.