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Fotos mostram como ficou o local da explosão na Enaex do Brasil. (Colaboração BP Choque)

Uma forte explosão acordou os moradores da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) nesta manhã de terça, 12 de agosto. O som foi de uma explosão ocorrida na fábrica de materiais explosivos, a Enaex do Brasil, antiga Britanite, localizada na BR-116, em Quatro Barras.

A explosão deixou afetou uma área de 25 metros quadrados. O Corpo de Bombeiros, após o início das buscas pelos desaparecidos, atualizou o número de desparecidos para 9 e sete feridos.

A explosão teria ocorrido em um local onde estão os chamados de “bunker busters”, que são bombas projetadas para penetrar em estruturas subterrâneas ou reforçadas, como bunkers.

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Esquadrão antibombas faz varredura no local da explosão

O esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Paraná (PMPR) foi enviado a sede da empresa Enaex do Brasil, ex-Britanite.

Por volta das 7h35, os bombeiros já tinham controlado os focos de incêndio no local. A equipe de antibombas foi chamada para fazer a varredura do local antes do início das buscas pelos desaparecidos e feridos após a explosão. A unidade funciona 24 horas.

Após a varredura do local, a fim de retirar possíveis explosivos, o espaço foi liberado por volta das 11h50, quando a equipe de buscar inicia o procura pelos 8 funcionários desaparecidos.

A equipe precisou isolar a área, após os bombeiros realizarem o resfriamento do local e extinguirem pequenos focos de incêndio resultados da explosão. Explosivos estavam espalhados por um raio de 200 metros pela fábrica.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Antônio Hiller, explicou que ainda não conseguiram chegar ao epicentro da explosão. “A explosão ficou concentrada numa área, numa edificação em especial, onde essas pessoas estariam trabalhando. Então não há uma extensão que pudesse preocupar a circunvizinhança. As pessoas não precisam se preocupar com novas explosões.” E não houve uma afetação de vizinhos que pudesse gerar algum tipo de preocupação”, afirmou.

Familiares procuram informações sobre parentes

Vários familiares chegam a todo momento ao portão da empresa atrás de informações sobre funcionários com os quais não conseguiram contato após a explosão.

Rosimari Balaero, bastante abalada, esteve em frente a unidade de Enaex, para tentar falar com o filho que trabalha há anos na empresa. Ela relata que consegui falar com ele, mas não pode ir até a porta de empresa para conversar com ela.

O que houve?

Vídeos e relatos nas redes sociais e grupo de whatsapp dão conta de que por volta das 5h50, 6 horas, houve o som de uma explosão e a reverberação teria causado danos em casas da região de Quatro Barras e Piraquara, ambos municípios da RMC.

Câmeras de seguranças instaladas em residências da região de Quatro Barras registraram o barulho. O caso provocou danos estruturais em casas, comércios e empresas. 

Em algumas imagens encaminhadas em grupos de aplicativos de mensagens moradores das imediações mais próximas a Enaex do Brasil, mostravam forros que desabaram com a explosão.

Defesa Civil vistoria casas e interdita dois comércios

O Corpo de Bombeiros informou que a Coordenadoria da Defesa Civil Municipal de Quatro Barras está mapeando as famílias impactadas pelas explosão. Ainda conforme a assessoria, as famílias terão atendimento e apoio para o levantamento dos estragos causados pela onda de choque resultado da explosão.

Segundo informações preliminares, as casas, estabelecimentos atingidos serão vistoriados pelas equipes de Defesa Civil. Por conta dos estragos, comércios próximos a região não abriram nesta manhã de terça. Em alguns estabelecimentos, o forro veio completamente abaixo.

Fernando Bunn, coordenador da Defesa Civil de Quatro Barras, até o início desta tarde, cerca de 50 casas e estabelecimentos tinham passado por vistoria e, em seguida, liberados.

Um restaurante e uma empresa de alimentos precisou ser interditada. Segundo Bunn, em nenhum dos locais vistoriados foram encontrados danos estruturais, mas os danos apresentavam risco aos usuários. Os bairros mais atingidos foram São Pedro e Florestal, de acordo com Bunn.

Combate a explosão mobiliza equipes e governador pede atenção

O governador Carlos Massa Ratinho Júnior foi às redes sociais para anunciar que pediu as Forças de Segurança do Paraná atenção especial ao caso.

“Determinei que o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Coronel Hudson Leôncio Teixeira, e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Antônio Hiller, acompanhem o caso presencialmente”, diz a postagem da rede social X.

O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), além do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Paraná (PMPR), estão mobilizados para o atendimento. Trabalham no local bombeiros do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) do CBMPR, especializado em buscas de alta complexidade, bem como o Esquadrão Antibombas do Comando de Operações Especiais da PMPR.

De acordo com o secretário Hudson, toda a área da indústria está isolada. Além da busca por sobreviventes, as equipes também procuram por mais explosivos. “Cães de busca por pessoas serão utilizados nos trabalhos”, explica o secretário.

O comandante dos Bombeiros, coronel Hiller, explica que a própria brigada da empresa fez o primeiro atendimento da ocorrência. “Eles fizeram o primeiro combate. Os focos de incêndio já foram extintos, o que nos ajuda nas buscas”, afirma.

Vários relatos dão conta de que, após a explosão, houve a formação de imagens de fumaça no céu. O impacto da explosão foi tão forte que esportistas em caminhadas na região de Campina Grande do Sul, também na RMC, sentiram a reverberação do estrondo.

O que diz a Enaex do Brasil

Em nota, a Enaex Brasil informou que o local é formado por diversas plantas, com um total de 1.300 colaborados e terceirizados. Declarou que a explosão foi em uma das plantas de acessórios de iniciação.

“A empresa tem a vida como seu valor primordial e é reconhecida internacionalmente por suas práticas de segurança na fabricação de explosivos civis, com procedimentos que vão além das exigências regulatórias. A empresa atua na execução de um plano de contingência baseado em assegurar o devido atendimento às vítimas e seus familiares, para os quais expressamos nossos sinceros sentimentos, e prestamos solidariedade a todos os envolvidos nesta tragédia.”

“Nesse momento nossa prioridade absoluta, portanto, é cuidar das pessoas e suas famílias – as quais estão acolhidas dentro das dependências da empresa. As investigações das causas do acidente já foram iniciadas e estão em curso. A Enaex permanece à disposição das autoridades a fim de contribuir para o esclarecimento do ocorrido.”

A Enaex é uma empresa chilena que trabalha com a produção de material explosivo para construção civil e de mi

Empresa atuava com licenças em dia

A prefeitura de Quatro Barras, por meio de nota, informou que a Enaex está em dia com as licenças necessárias para o funcionamento, como alvará e localização em conformidade com as exigências legais.

A Enaex está instalada no município há mais de 50 anos, segue rigorosamente todos os protocolos de segurança e é uma das unidades fabris que mais gera empregos no município.

Em nota o Comando da 5ª Brigada Militar do Exército, responsável pela fiscalização de material explosivos, informou que a Enaex estava em dia com a fiscalização.

Em virtude da explosão ocorrida na manhã desta terça-feira, 12 de agosto de 2025, a fábrica da Enaex Brasil (antiga Britanite), situada no quilômetro 1 da BR-116, em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, o Comando da 5ª Região Militar informa que parte importante da fiscalização da empresa cabe ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 5ª Região Militar.

A última inspeção foi realizada no mês de março do corrente ano. A 5ª Região Militar se solidariza com as vítimas do acidente e se coloca à disposição para prestar quaisquer informações adicionais.