
Uma fábrica de explosivos da Enaex Brasil, localizada em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi palco de uma forte explosão na manhã desta terça-feira (12 de agosto). A ocorrência, registrada por volta das 5h50 da manhã, ocorreu numa área de 25 metros quadrados, onde trabalhadores preparam explosivos para serem transportados. E a explosão, de tão forte, foi ouvida e sentida a quilômetros de distância. Pelo menos sete pessoas ficaram feridas e outras nove estão desaparecidas.
- Ocorrências com explosões dobram no Paraná em 2025; lembre casos recentes
- Esquadrão antibombas faz varredura em fábrica de explosivos; 8 pessoas seguem desaparecidas
- Defesa Civil interdita restaurante e fábrica de alimentos afetados por explosão em Quatro Barras
- Curi coloca Assembleia à disposição para ajudar vítimas de explosão em Quatro Barras
Os montanhistas Cesar Parapinski e Bruno Guimarães de Manuel, por exemplo, estavam em Campina Grande do Sul na hora da ocorrência, mais de 30 quilômetros distantes do local onde houve a explosão. Eles subiam até o Morro Tucum, a 1.733 metros de altitude, para acompanhar o nascer do Sol. E não sou ouviram, mas também sentiram os impactos do ocorrido na fábrica de explosivos.
“A gente estava subindo a montanha quando estucamos um grande barulho, um estampido, seguido por uma espécie de força de impacto. Era como a força depois que passa um avião, e depois veio o silêncio. Na hora parecia ter sido bem perto, tanto que ficamos procurando em volta se víamos fumaça ou algo parecido. Chegamos a achar que um avião tinha batido ou algo parecido”, conta Bruno.
O relato é parecido com o de Cesar, que diz ter primeiro ouvido um forte estrondo e, em seguida, sentido uma onda de choque. “Uma onda que fez tremer a montanha, nós todos sentimos a montanha tremendo. Na hora não entendemos o que estava se passando, até cheguei a achar que o barulho tinha vindo na direção de Antonina e que algum avião podia ter caído”, explica ele.
“Tremeu tudo lá em casa”
Na Borda do Campo, em Quatro Barras, moradores relataram que suas casas chegaram a tremer por causa da explosão. “Tremeu lá em casa na hora. Em alguns lugares mais próximos da fábrica, casas mais próximas, chegou a quebrar vidro, janela e até telha”, disse um deles.
Já uma outra pessoa, que pediu para não se identificar, também disse que sua casa tremeu com a explosão. Além disso, também comentou sobre a fuligem que acabou sendo jogada no ar, o que poderia vir a afetar a saúde de moradores da região. Plataformas de meteorologia como o AccuWeather, por exemplo, chegaram a apontar que Quatro Barras atingiu, após a ocorrência, um índice de poluição elevado, o que não seria saudável para grupos sensíveis.
“Reduza o tempo destinado às atividades ao ar livre caso esteja sentindo sintomas como dificuldade de respiração ou irritação na garganta”, chegou a indicar a plataforma meteorológica.
Após a explosão, a Coordenadoria da Defesa Civil Municipal de Quatro Barras iniciou um esforço para mapear as famílias impactadas pela ocorrência. Por conta dos estragos, comércios próximos a região da fábrica de explosivos não abriram nesta manhã de terça. Em alguns estabelecimentos, o forro veio completamente abaixo. Um restaurante e uma empresa de alimentos foram interditados. Segundo Fernando Bunn, coordenador da Defesa Civil de Quatro Barras, em nenhum dos locais vistoriados foram encontrados danos estruturais, mas os danos apresentavam risco aos usuários. Os bairros mais atingidos foram São Pedro e Florestal.