Elaine Martins da Silva, 26 anos, desenvolvedora de sistemas, sempre gostou de olhar para o céu. Seu interesse pelos astros surgiu aos 14 anos, quando seu tio comprou um telescópio e mostrou a ela om planeta Saturno. Não tem como a gente ver Saturno e não se apaixonar, diz ela. Quando seu tio se mudou, ela não pôde mais observar o céu, por isso, anos depois, usou seu primeiro 13° salário para comprar uma luneta simples. E com o tempo foi adquirindo aparelhos melhores. Para ela a fascinação pela astronomia está no tamanho das galáxias em relação à Terra e ao homem. Deve existir vida (fora da terra), só não encontramos ainda.
E da mesma forma como ela, existem muitos outros. Nós não estamos sozinhos, serve também para mostrar que o interesse pelos astros reúne muitos, milhares, talvez milhões de pessoas. Basta pesquisar na internet e descobre-se pelo menos uma dezena de clubes de astronomia que reúne os anônimos.

No caso de Elaine, uniu-se com a de alguns amigos, que criaram o grupo Nevoeiro, que se reúne para observar o céu. O que começou como um encontro de algumas pessoas se tornou algo maior e, hoje, conta com mais de 100 seguidores na internet. O grupo costuma se reunir em chácaras fora da cidade para ter uma visão mais nítida.

E esse interesse cresce a cada ano. Para o professor e astrônomo José Manoel Luís da Silva, fundador do Planetário e Observatório do Colégio Estadual do Paraná, o interesse das pessoas cada vez maior pela astronomia se deve às grandes descobertas que aconteceram na área a partir dos anos 1965-1970, que mostraram ao homem a extensão do universo.

Segundo ele, anteriormente o interesse da população pelo céu era muito menor porque o conhecimento que se tinha dele também era. Com o descobrimento de novas estrelas, planetas e galáxias, as pessoas passaram a ter curiosidade sobre os mistérios que o universo poderia guardar. O homem quer saber se é exclusivo ou se compartilha o universo com outros, diz.
Só o Planetário do Colégio Estadual já recebeu 1,2 milhão de expectadores desde a sua fundação, em abril de 1978. Desde lá já aconteceram cerca de 13,5 mil sessões. As sessões no planetário têm uma média de visitação de 100 pessoas por sábado, de acordo com o professor Amauri José da Luz Pereira, professor do complexo Observatório Astronômico e Planetário (OACEP).
Outro ponto de observação e ensino é o Observatório do Colégio Estadual, em Campo Magro. E mais recentemente, entrou em operação o FTD Arena, no campus da PUC-PR, que também faz apresentações sobre o universo e seus segredos.