ALBUM DA COPA FIGURINHAS DA COPA

O momento mais aguardado pelas bancas de jornais e revistarias finalmente chegou. No último dia 19 ocorreu o lançamento mundial do álbum oficial da Copa do Mundo, comercializado pela Panini. Segundo o Sindicato dos Jornaleiros do Estado do Paraná (Sinjor-PR), trata-se de uma espécie de Natal para o setor, o momento mais aguardado a cada quatro anos. E isso nem chega a ser surpresa: a novidade já virou uma febre em Curitiba, movimentando a economia e reunindo fãs do esporte em diversos pontos pela cidade para a troca de figurinhas.
Presidente do Sinjor-PR e proprietário Revistaria e Papelaria Alto da XV, José Mainheriche, o Zé da Banca, explica que a comercialização das figurinhas geralmente começa três meses antes da Copa. Como em edições anteriores o mundial aconteceu entre junho e julho, o produto costumava chegar ao mercado já em março. Neste ano, entretanto, o evento no Catar acontecerá apenas no final de ano, o que também acabou jogando o lançamento do álbum para o final de agosto. E a expectativa e ansiedade entre os colecionadores foi crescendo ao longo dos últimos meses, criando uma espécie de frenesi.
“Em 2018 começou meio devagar e depois foi esquentando. Naquele ano o álbum foi lançado em março. Agora o pessoal já estava aguardando desde março, até vinham perguntam para gente quando sairia. E agora que lançou já virou uma febre, o pessoal estava com uma expectativa muito grande”, comenta o Zé da Banca, relatando uma cena que demonstra o quão grande era a expectativa dos aficionados. “Na véspera do lançamento do álbum fizemos um vídeo e postamos nas redes sociais, mostrando que os produtos já tinham chegado. Na sexta-feira, quando fomos abrir a loja, já tinha gente aguardando na porta.”
Segundo ele, esse é o momento mais aguardado pela classe jornaleira. “É o nosso Natal, é o que alavanca as vendas, ainda mais nessa época fraca de pós-pandemia”, afirma o presidente do Sinjor-PR, explicando ainda que tão logo termina uma Copa, os jornaleiros já começam a pensar e se preparar para o mundial seguinte. “Temos de fazer toda uma programação, já deixar um valor reservado, porque se você não compra a mercadoria, corre o risco de ficar desabastecido”.
Tamanho esforço, contudo, vale a pena. No período que antecede a Copa do Mundo e mesmo durante o evento esportivo, as bancas de jornais e revistarias conseguem, via de regra, dobrar o faturamento. “Em alguns pontos dobra ou até triplica, dependendo. Mas, num geral, com certeza mais de 100% aumenta [o faturamento]”, afirma o Zé da Banca, destacando que em meio à procura pelas figurinhas outras vendas acabam acontecendo e comemorando ainda que a febre dálbum da Copa já se alastrou pela capital paranaense. “Isso já alastrou, pegou nos colégios e está alastrado em toda Curitiba.”

Fazendo amizades e ‘correndo’ para fechar o álbum
O universitário Rodrigo Garcia de Oliveira, 18 anos, está fazendo seu segundo álbum de Copa do Mundo em 2022. Sua primeira experiência com as figurinhas foi em 2010, na Copa do Mundo da África do Sul, mas ele não chegou a completar a coleção. Agora, começou seu álbum na última semana e pretende terminar a coleção o quanto antes.
“Já completei 74% do álbum. Estou indo no shopping [Jardim das Américas] e também trocando figurinhas na minha faculdade e já conheci bastante gente, cada uma com seu jeito de troca”, diz o jovem, destacando que pretende preencher seu álbum o mais rápido possível. “Quanto mais rápido, melhor”.

Onde e como conseguir trocar
Para quem está querendo começar a coleção, o álbum da Copa do Mundo na versão brochura está sendo comercializado a R$ 12, enquanto o livro de capa dura sai por R$ 44,90. Os pacotinhos, por sua vez, custam R$ 4 e trazem cinco figurinhas cada, pelo menos (isso porque há a possibilidade de alguns pacotes virem com um cromo extra e bastante raro). Outra possibilidade é comprar também um pacote que custa R$ 80 e vem com 20 pacotes de figurinha e um álbum brochura (dessa forma, o consumidor paga pelos pacotes, mas recebe o álbum de graça).
Segundo o Zé da Banca, o álbum da Panini traz 670 figurinhas e, para completar, uma pessoa irá gastar R$ 536, no mínimo. Uma forma de tentar baratear o custo para fechar a coleção, contudo, é trocando as figurinhas com outros colecionadores. A Revistaria e Papelaria Alto da XV(R. XV de Novembro, 2728), por exemplo, promove todos os sábados um evento para troca de figurinhas. “Sábado ferve de gente. Fazemos isso para fomentar, ajudar todo mundo a fechar os álbuns”, explica o presidente do Sinjor-PR.
Por toda Curitiba, no entanto, há pontos diversos para troca de figurinhas, em diferentes bancas de jornais e revistarias e também em shoppings. O Ventura Shopping, no Portão, criou um espaço de 100 metros quadrados para os colecionadores. A Panini também inaugurou espaços aassim no Jockey Plaza, Palladium, ParkShopping Barigui, Mercadoteca e Restaurante Madalosso.
Já no Shopping Jardim das Américs foi criado, em parceria com a Livrarias Curitiba, o Espaço do Torcedor, que funciona todos os dias durante o período que o shopping estiver aberto, mas cujos encontros oficiais acontecem aos sábados (11 horas, 14h, 16h e 18), aos domingo (14h, 16h e 18h) e durante a semana (18 horas).
O Shopping Estação, por sua vez, fez uma parceria com a livraria A Página e também inaugurou um espaço exclusivo e temático para os colecionadores se encontrarem. O ponto de troca fica aberto de segundo a sábado, das 10 às 22 horas, e domingo, das 14 às 20 horas, com encontros oficias nas quartas-feiras (a partir de 17 horas) e aos sábados (a partir das 10 horas).
Outra opção para os colecionadores é apelar às rede sociais. No Facebook, por exemplo, foi criado o grupo “Troca de Figurinhas Álbum de Copas do Mundo – Curitiba”, que facilita o contato entre os fãs da capital paranaense.

Bônus
Cromos extras

Neste ano, uma das novidades que a Panini trouxe para os colecionadores são os cromos extras, que possuem quatro versões (base, bronze, silver e gold) e trazem imagens dos jogadores em ação. Essas figurinhas não são necessárias para se completar o álbum, mas estão fazendo sucesso entre os fãs por serem extremamente raras: elas surgem em alguns poucos pacotes, que em vez de cinco trazem seis figurinhas, e não estão disponíveis no serviço de figurinhas faltantes da Panini. Com isso, os valores desses cromos são mais elevados que o dos cromos normais, com muita gente vendendo essas figurinhas especiais por centenas de reais ou até mesmo milhares de reais na internet.