O plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) concordou em oficiar a Prefeitura de Curitiba para que as vagas de estacionamento da avenida Silva Jardim não sejam removidas. Segundo os vereadores, a medida já vem sendo implantada e foi adotada sem que houvesse diálogo com comerciantes e moradores da região, segundo vereadores que participaram do debate que aconteceu nesta segunda-feira (20), na segunda parte da ordem do dia. O fim das vagas tem causado polêmica entre comerciantes e moradores da região. São 360 pontos de estacionamento removidos no lado direito, entre a Rua Castro Alves, no Batel, e a Rua João Negrão, no Centro. O trecho é de 18 quadras da via, que já não tinha espaços para estacionar no lado esquerdo.
Uma das instituições afetadas é o Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico, que fica entre as ruas Brigadeiro Franco e Desembargador Motta. O diretor-corporativo do Hospital, José Álvaro da Silva Carneiro, deu entrevista à Bandnews Curitiba sobre o assunto. “O Hospital não será afetado, mas os pacientes serão afetados”. Não temos mais a possibilidade de ambulâncias ou ônibus ou veículos que trazem crianças do interior pararem ali”, disse ele. A Superintendência de Trânsito de Curitiba, por sua vez, afirma que a parada para o embarque e desembarque na Silva Jardim, em frente ao hospital, é permitida. A proibição é para permanecer estacionado nos dias úteis, de sete horas da manhã às oito horas da noite, e no sábado, até às duas horas da tarde.
Comércio prejudicado
A indicação de ato administrativo para que o Executivo reveja o planejamento foi protocolada por Giorgia Prates – Mandata Preta (PT). “A decisão de remover as vagas de estacionamento da Silva Jardim pode prejudicar gravemente o comércio local. Sem locais convenientes para estacionar, os clientes não terão como visitar as lojas, restaurantes e outros estabelecimentos da região, colocando em risco a economia local. Para nós, isso acarreta diretamente em uma queda de 10% do faturamento diário”, argumentou a vereadora.
Para ela, apesar da justificativa de melhorar o tráfego, a avenida já tem cinco faixas bem estruturadas, e a retirada das vagas não causará uma diferença significativa no trânsito. “Essa medida parece mais prejudicial do que benéfica. Com a petição, queremos que a Prefeitura reconsidere essa decisão e restaure as vagas de estacionamento regulamentado. Isso é crucial para manter o fluxo de clientes e a sustentabilidade econômica do comércio local, garantindo também a comodidade de moradores e visitantes”, completa a justificativa da sugestão .
“Zerar vagas”
Além da autora, outros parlamentares se posicionaram contra a extinção das vagas na via, uma das principais da região central da capital paranaense. Alexandre Leprevost (União) criticou a medida de “zerar as vagas”. “É um absurdo. Vão quebrar o comércio da região. Tirar essas vagas é uma ação totalmente desnecessária”, reclamou. No mesmo sentido se posicionou a vereadora Indiara Barbosa (Novo): “A gente tenta entender os motivos, mas o mínimo, que é conversar com a população, ouvir a população, planejar alternativas, não está sendo feito”.
Sem diálogo
“A prefeitura não dialogou com os comerciantes da avenida”, respondeu Giorgia Prates. Herivelto Oliveira (Cidadania), que também fez apartes à autora do pedido, informou ter recebido relatos de que, no entorno do Colégio Estadual Xavier da Silva, “onde os pais e vans escolares não podem mais parar em frente à escola”, tem havido transtorno na entrada e saída dos alunos. “Que sejam criados pelo menos alguns bolsões de estacionamento na avenida, para não prejudicar totalmente o comércio”, pediu o vereador. Rodrigo Reis (PL) foi outro a reclamar da falta de diálogo entre a Prefeitura de Curitiba e os comerciantes e moradores. “Houve um erro em não comunicar [sobre a mudança no trânsito]”, disse.
Outro lado
A assessoria da Prefeitura informou que a Prefeitura se manifestará diretamente à Câmara Municipal.