
O final do ano se aproxima. Uma época marcada pelas festas de Natal e Ano Novo, com muita gente aproveitando o tempo de descanso para confraternizar com familiares ou mesmo poder viajar. Mas antes de botar o pé na estrada, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) faz um apelo para que as pessoas doem sangue, em especial dos tipos O- e A-.
Diretora do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza comenta que na pandemia houve uma queda de 30% no número de doadores de sangue no Paraná. Com a melhora do quadro sanitário, os doadores começaram a retornar, mas não em sua totalidade. “Tivemos aumento de 15% nos doadores. Ou seja, ainda não tivemos o retorno completo das doações, que é algo que vemos também nos outros estados”, diz ela.
A situação preocupa especialmente porque o final de ano de 2022 deve ser praticamente de normalidade, após dois Réveillons marcados pela crise da Covid-19, o que fez com que muita gente permanecesse em isolamento social no período de festas. Já neste ano, com a maioria da população já vacina e a queda nas internações provocadas pelo novo coronavírus, muita gente deve aproveitar para viajar, saindo dos grandes centros e se dirigindo até locais que a rede Hemepar não alcança.
“Com isso perdemos esses doadores, mas as pessoas continuam com imprudência no trânsito.Tem aumento de acidentes nas estradas [no final de ano] e cresce a necessidade transfusional. Antes de viajar, compareça a uma unidade da rede Hemepar, marque um dia, faça a doação de sangue. As patologias, as doenças, não tiram férias. Os pacientes crônicos continuam precisando de doação e precisamos manter o estoque em quantitativo suficiente”, apela a diretora do Hemepar.
Ainda segundo Liana, todos os tipos sanguíneos são necessários e qualquer doação é bem-vinda, uma vez que a partir das doações de sangue são extraídas as plaquetas. Por ora, contudo, os tipos de sangue que estão em falta e demandam doações mais urgentes são o O- e A-.
“Estamos facilitando o agendamento dos doadores, conseguindo fazer algumas coletas externas e agendando com empresas o que chamamos de leva e traz: nossa van vai até a empresa, pega 10 ou 15 doadores, pessoas que se cadastraram para doar, e depois retornamos essas pessoas para a empresa. Nosso serviço de captação agenda esse leva e traz e nalgumas situações vamos até a escola ou a empresa e fazemos a coleta no local, mas isso tem uma logística específica, um planejamento maior, então fazemos umas três por mês, que é o que conseguimos efetivamente atender”.
Importância
Quem pode doar e como
APara doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade precisam de autorização e presença do responsável legal. O doador deve pesar no mínimo 51 quilos, estar descansado, alimentado e hidratado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação) e apresentar documento oficial com foto (carteira de identidade, carteira do conselho profissional, carteira de trabalho, passaporte ou carteira nacional de habilitação). Os homens podem doar sangue a cada dois meses, em até quatro vezes num ano. As mulheres podem doar a cada três meses, num máximo de três doações ao ano.
E a doação neste momento é especialmente importante porque depois do dia 20 de dezembro, explica a diretora do Hemepar, costumam aumentar as ocorrências de trauma, as brigas (que não raro resultam em ferimentos por arma de fogo ou arma branca), os acidentes com fogos de artifício e de acidente de trânsito. “Esses traumas, quando graves, é necessário transfusão, o paciente sangra muito e há necessidade da reposição, tanto do sangue quanto da plaqueta. E os pacientes transfusionais, oncológico, doença falciforme, esses recebem [transfusões] umensalmente. No ambulatório do Hemepar, por exemplo, fazemos uma média de 160 bolsas por mês. São 87 pacientes que comparecem pega um nicho pequeno, que é nosso ambulatório. Se considerar os hospitais, todos os serviços de saúde, é uma quantidade muito grande de sangue”, aponta.