Após registrar queda em 2020, os gastos relacionados ao fumo no Paraná apresentam uma tendência de crescimento expressivo em 2021. É o que apontam dados do IPC Maps, especializado em potencial de consumo, os quais revelam ainda que as despesas com tabaco e produtos relacionados no mercado paranaense deve ultrapassar a marca de R$ 1,3 bilhão neste ano.
Anteriormente, o índice de potencial de consumo nos gastos relacionados ao fumo havia registrado queda no Paraná.
Em 2020, por exemplo, essas despesas somaram R$ 1,16 bilhão, 6,26% a menos do que em 2019, quando esse montante foi de 1,23 bilhão.
Para 2021, no entanto, a expectativa é que as despesas desse tipo alcancem a marca de 1,31 bilhões, o que aponta para uma alta de 13,7% em relação ao ano anterior. Neste cálculo, são levadas em conta as despesas com cigarros, charutos, fumo para cachimbo, fumo para cigarros e outros artigos para fumantes, como fósforos, isqueiros etc.
Ainda assim, o avanço no consumo paranaense é menor do que o esperado para a média nacional. No país, o estudo aponta para um acréscimo nominal de 16% nos gastos relacionados ao fumo em comparação ao ano passado. Embora de 2019 para 2020 a categoria tenha apresentado queda de 5,4% (totalizando R$ 18,1 bilhões), a previsão é de que o consumo no setor ultrapasse R$ 21 bilhões em 2021, o que representa 0,45% do orçamento familiar.
Para Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, “apesar da pandemia estar em curso e do brasileiro ter reduzido suas despesas em alguns itens de consumo, infelizmente as despesas com fumo continuam em alta, o que é um sintoma de que o vício e o prazer superam qualquer adversidade”.
Dia Nacional de Combate é celebrado neste domingo
Em 29 de agosto, próximo domingo, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Criado em 1986 pela Lei Federal 7.488, a data inaugura a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde pública.
Essa conscientização se torna ainda mais importante em tempos de pandemia, uma vez que o tabagismo se mostrou fator de risco para o aumento de contaminação e para o possível agravamento de sintomas da doença em fumantes. Por isso, destaca o Instituto Nacional do Câncer (INCA), parar de fumar se torna uma medida de proteção à saúde de todos os cidadãos.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para ajudar você a parar de fumar. Busque uma unidade próxima à sua residência.
Produção de cigarros cresce 19,6% em 2020
Conforme dados da Receita Federal, a produção de cigarros no Brasil teve um crescimento de 19,61% em 2020, no primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, atingindo o maior patamar no país desde 2013.
No último ano, conforme a Receita, foram produzidas, ao toto, 3,823 bilhões de embalagens com 20 unidades de cigarros, enquanto em 2019 a produção somou 3,197 bilhões de embalagens.
Antes, o último ano em que a produção de cigarros havia atingido um patamar próximo ao verificado em 2020 havia sido em 2013, com 3,827 bilhões. Já em 2021, a tendência é de um resultado parecido ou ainda melhor que o do ano passado: até junho deste ano já foram produzidas 1,953 bilhões embalagens com 20 cigarros.
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Tabagismo em queda entre os curitibanos
Entre os curitibanos, dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostram que a proporção de tabagistas entre a população adulta vem caindo.
Em 2016 e 2017, por exemplo, Curitiba foi a capital brasileira com maior porcentual de fumantes, que somavam 14% e 15,6% da população adulta, respectivamente. Nos anos seguintes, no entanto, foram verificadas duas quedas consecutivas no índice, com o porcentual de adultos (18 anos ou mais) fumando em Curitiba caindo para 11,3% em 2019, último ano em que o estudo foi divulgado.
Curiosamente, de 2018 para 2019 houve uma queda expressiva na proporção de fumantes do sexo masculino (de 13,6% para 11,7%). Por outro lado, mais mulheres estariam aderando ao tabagismo (entre elas, o porcentual passou de 9,5% para 11%).
Males do tabagismo
- Quando se fala sobre as doenças ocasionadas pelo tabagismo, é comum lembrarmos de câncer de pulmão, bronquite e outras doenças respiratórias. Porém, apesar disso, existem aquelas que atingem a qualidade da saúde bucal. Fumantes têm muitas mais chances de desenvolver doenças bucais como o câncer de boca e a halitose, além das manchas que o fumo pode causar nos dentes.
- No que se refere ao câncer de boca, o tabaco é um grande vilão. Isso porque, com o tempo, a fumaça e as substâncias do tabaco ingeridas tendem a ocasionar mudanças e a gerar o câncer. Em um estudo divulgado pela Universidade da Califórnia, foi possível perceber que 8 em cada 10 pessoas com esse tipo de câncer eram fumantes.
- No que diz respeito à halitose, os fumantes também têm maiores chances de desenvolver esse problema. A fumaça dos cigarros em geral tende a ressecar a nossa mucosa bucal, a produção de saliva é diminuída, o que pode causar a halitose, ou seja, importante a ingestão de líquidos durante o dia, para que uma salivação ideal seja produzida, e menos ocasiões de alteração de hálito teremos.
- Além disso, o tabaco também é um grande propagador de manchas e pigmentação nos dentes. A melanose do fumante é causada pela nicotina do cigarro que estimula a produção de melanina. Desse modo, é comum encontrar nos fumantes manchas acastanhadas nas gengivas e na parte interior das bochechas.
- Outro ponto super importante a se destacar é que, embora não seja muito visto, o cigarro tem um grande poder em atrapalhar a cicatrização bucal, pela própria oxigenação prejudicada dos tecidos, afetando a mucosa da boca. Desse modo, os fumantes são mais frágeis à exposição e têm um tratamento mais difícil em relação a fungos e bactérias.
- O Disque Pare de Fumar é um programa criado pelo Ministério da Saúde que visa ajudar os fumantes que querem largar o vício. O número é gratuito e pode ser discado pelo 0800-703-7033.
Fonte: Cláudia Christianne Gobor, cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose e ex-Presidente da Associação Brasileira de Halitose e Atual Conselheira Consultiva