A temporada de montanhas, um período entre junho e setembro onde a temperatura fica mais seca e agradável para atividades ao ar livre, chegou ao fim. Mas agora, na medida em que adentramos a primavera e o verão se aproxima, começa outra temporada para quem gosta de trilhas: a das cachoeiras. E na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), são diversas as opções de lugares onde as pessoas podem buscar um refresco sem ter de ir para a praia. E vários desses locais ficam pertinho da Capital, alguns deles sendo acessíveis até de ônibus.
As cachoeiras da Baitaca: um passeio gratuito
Um bom exemplo disso é a Serra da Baitaca, localizada em Quatro Barras. Na região, onde ficam os morros Anhangava, Pão de Loth e Samambaia, além de um trecho Caminho do Itupava, há uma série de cachoeiras. Três delas são facilmente acessíveis: do Anhangava, do Capitanduva (na trilha para o Pão de Loth) e a do Samambaia. Além disso, no meio do Itupava, há ainda a Roda d’Água da Casa Ipiranga, um lugar também muito procurado por aqueles que estão atrás de refresco num dia de calor e querem dar uma mergulhada. A caminhada, porém, é um pouco mais longa até lá e o retorno apresenta algumas subidas que exigem melhor condicionamento físico.
Mas o mais legal: o acesso ao local é fácil. Facílimo, na verdade! De carro, partindo do trevo do Atuba, em Curitiba, siga pela BR-116, sentido São Paulo, até o trevo de Quatro Barras à direita, seguindo as placas que indicam Borda do Campo e Morro do Anhangava. Chegando ao centro da cidade há uma praça (referência Avenida das Pedreiras). Siga o trecho asfaltado até o trailer do IAT à direita, na Rua Izahir Lago.
Por ônibus, ao custo de R$ 6, é possível pegar a linha Guadalupe – Quatro Barras no terminal do Guadalupe (no Centro de Curitiba), descer no terminal de Quatro Barras e embarcar no circular Borda do Campo, descendo no ponto final, bem próximo do trailer do IAT.
A cachoeira gigante do Recanto Salto Boa Vista
Já em Campo Largo, no distrito de Bateias a aproximadamente uma hora de distância de Curitiba, fica o Recanto Salto Boa Vista. O local, uma propriedade particular, cobra entrada – o acesso custa a partir de R$ 24,50. E um dos principais destaques dali é a cachoeira Salto Boa Vista. Trata-se de uma das maiores quedas d’água de toda a Grande Curitiba, com aproximadamente 38 metros de altura.
A Cachoeira Arco-Íris: ótimo lugar para um mergulho ou um piquenique
Em Campina Grande do Sul, no final da Estrada do Barro Branco fica a trilha que leva para a cachoeira Arco-Íris. O local é acessível através da Fazenda Rio das Pedras (que cobra R$ 30 por carro estacionado) ou pela Fazenda Pico Paraná (que cobra R$ 15 por pessoa), a cerca de 1 horas e 15 minutos de Curitiba. É uma trilha curta, de aproximadamente 10 minutos, que leva até uma encantadora queda d’água. Na parte de cima da Fazenda Pico Paraná há ainda uma segunda cachoeira que pode ser visitada.
Na parte superior da cachoeira Arco-Íris, ao lado do curso do rio, é comum as pessoas fazerem piqueniques. Descendo por um caminho lateral, chega-se até a queda d’água, onde há uma espécie de ‘piscinão’ onde dá para tomar um banho e mergulhar.
Dicas importantes para se buscar um refresco em segurança
Buscar refresco numa cachoeira demanda cuidados. Em termos gerais, é preciso levar em consideração a profundidade e o tipo de terreno, para evitar riscos de afogamento. Além disso, é também necessário estar atento à possível ocorrência de cabeças d’água, fenômeno que consiste no aumento repentino de cursos d’água, ocasionado pelo excesso de chuvas, normalmente na nascente dos rios.
Por isso, antes de sair para um passeio confira a previsão do tempo e evite esse tipo de atividade em duas de chuva. Esse cuidado deve ser redobrado na hora de se banhar em rios cuja nascente seja em montanhas, porque chuvas nas regiões altas acumulam grande volume de água mesmo que não esteja chovendo nas áreas mais baixas.
Também não esqueça de avisar amigos e parentes sobre o passeio e sua localização e sempre leve comida, água potável e carregador de bateria de celular portátil (PowerBank). Durante o passeio, fique ainda atento a barulhos muito altos. Estrondos podem significar a chegada de uma cabeça d’água, bem como o aumento repentino na velocidade e no nível de escoamento da água e mudança brusca na cor da água. Outro indício de perigo é a presença de detritos na água (folhas, galhos, ramos ou outros objetos).
Ao ficar ilhado com a chegada de uma cabeça d’água, mantenha a calma e, se possível, peça ajuda pelo telefone 193. Nunca tente atravessar rios nessas condições. Se for necessário, vá para o local mais elevado e seguro possível e espere por auxílio.
Ferramentas para se localizar
Para se aventurar em trilhas, é importante antes fazer uma pesquisa sobre o local que será visitado, coletando-se informações sobre o percurso que será realizado e os desafios que podem ser encontrados pelo caminho. A utilização de ferramentas de localização via GPS também é fundamental. Uma boa pedida é o aplicativo Wikiloc, através do qual é possível conferir e baixar trilhas diversas, inclusive utilizando-as para navegar offline com uma assinatura que custa R$ 49,90 por ano. Outra opção é o Strava, aplicativo muito utilizado por ciclistas e corredores, mas que também pode auxiliar os trilheiros.
As cachoeiras para você conhecer na Grande Curitiba
As cachoeiras elencadas acima são só algumas das opções para serem curtidas na Grande Curitiba. O Bem Paraná, com o auxílio de alguns guias e também de trilheiros, levantou pelo menos 19 cachoeiras pertinho da Capital. Abaixo apresentamos cada uma delas.
Cachoeira do Anhangava (Quatro Barras)
Localizada na Serra da Baitaca. É uma espécie de continuação da cachoeira do Capitanduva e um lugar de fácil acesso, muito procurado por quem quer esfriar a cabeça numa água gelada.
Cachoeira do Capitanduva (Quatro Barras)
Também localizada na Serra da Baitaca, é a parte de baixo da cachoeira do Anhangava. Menos visitada, no entanto, que a parte de cima e pode ficar seca em algumas épocas do ano. Também é uma trilha curta, com pouca exigência física.
Cachoeira do Samambaia (Quatro Barras)
Mais uma opção na Baitaca. A caminhada aqui, porém, é um pouco mais longa e o retorno, com uma longa subida, castiga um pouco. Subindo pela lateral da cachoeira principal, é possível acessar mais uma queda d’água.
Roda d’água da Casa Ipiranga (Quatro Barras)
Fica no meio do Caminho do Itupava, numa caminhada que pode levar entre 2 e 3 horas. Diferente das três cachoeiras acima, é possível mergulhar ali e curtir alguns momentos mais isolados, especialmente em dias de semana.
Cachoeira do Riva (Quatro Barras)
A trilha fica na estrada antiga da Graciosa, perto da Casa de Pedra, e ao cess é pelo estacionamento do Morro do Sete. É uma trilha de aproximadamente 1 quilômetro, bem demarcada. Mas é preciso ficar atento porque há outros caminhos que se abrem pela mata e alguns pontos da trilha podem ficar escorregadios e enlameados.
Salto Boa Vista (Campo Largo)
O Recanto Salto Boa Vista fica a cerca de uma hora de Curitiba. Como é uma propriedade particular, é necessário pagar entrada. No local, porém, pegando uma trilha de aproximadamente 400 metros, é possível desfrutar de uma gigante queda d’água, com aproximadamente 38 metros de altura.
Cachoeira dos Amores (Campo Largo)
A Cachoeira ou Cascata dos Amores está localizada no Parque Ecológico da Empresa de Águas Ouro Fino. A trilha que leva até o local tem aproximadamente um quilômetro e está bem sinalizada. Reza a lenda que os casais que se banham em suas águas se casarão em breve e serão felizes para sempre.
Cachoeiras Gêmeas (Campo Magro)
Fica na Lagoa Azul, também conhecida como a Pedreira de Campo Magro. A trilha é curta, com duração de aproximadamente meia hora para ir e mais meia hora para voltar. No final do caminho, chega-se a duas pequenas quedas d´água, que ficam lado a lado e são bem parecidas (por isso o nome “gêmeas”).
Cachoeira Arco-íris (Campina Grande do Sul)
Com acesso pela Fazenda Pico Paraná ou pela Fazenda Rio das Pedras, a Cachoeiras Arco-íris é uma ótima opção para quem quer dar um mergulho ou fazer um piquenique. A trilha que leva até a queda d’água é curta e dura aproximadamente 10 minutos. As fazendas, por sua vez, ficam a cerca de 1h15 do Centro de Curitiba, sendo necessário pegar um trecho de estrada de chão (5 quilômetros, aproximadamente).
Cachoeira do Capivari (Campina Grande do Sul)
Na região onde ficam os morros do Capivari também há algumas cachoeiras, entre elas a cachoeira do Rio Capoeira, logo abaixo dos morros Capivari Mirim e Capivari IV. É mais uma trilha de fácil acesso, sendo possível estacionar o carro no pé do morro.
Recanto Saltinho (Tijucas do Sul)
O Recanto Saltinho foi aberto ao público no final dos anos 1980, preservando a natureza e as águas do Rio da Várzea. Localizado a 74 km de Curitiba, o local tem como principal destaque uma queda d’água com aproximadamente 18 metros de altura.
Cachoeira dos Perdidos (Tijucas do Sul)
A cachoeira fica no meio da trilha que leva para o Morro dos Perdidos. O acesso para visitação, no entanto, foi fechado e ainda não há informações sobre uma possível reabertura.
Cachoeira do Alemão (Balsa Nova)
Localizado em uma área de mata nativa, o Recanto dos Arcos é o ponto de acesso à Cachoeira do Alemão e oferece aos visitantes a possibilidade de pernoitar em meio à tranquilidade da natureza. A propriedade conta com duas opções de hospedagem: chalés rústicos e área de camping com infraestrutura básica.
Cachoeira do Bruel (Balsa Nova)
A Cachoeira do Bruel faz parte da Pousada Cristal do Horizonte, que cobra pelo day-use e exige reserva com antecedência. Durante a visita, é possível aproveitar as piscinas naturais do rio Tamanduá, com panelões, jacuzzis naturais e várias queda d’água, além da própria cachoeira.
Cânion da Faxina (Balsa Nova)
Assim como as duas anteriores, fica no distrito de São Luiz do Purunã. É o marco do fim do primeiro e início do segundo planalto, onde as escarpas do Cânion da Faxina formam um degrau para o segundo planalto paranaense. Numa das trilhas do local há uma enorme queda d’água, sendo possível se banhar na parte de cima da cachoeira.
Cachoeira dos Fuchs (Rio Negro)
Fica numa propriedade privada, com área de camping e pousada. O local fica aberto aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17 horas. A trilha que leva para a cachoeira é de fácil acesso e a queda d’água, embora não seja muito grande, é ótima para se banhar e contemplar a natureza.
Cachoeira dos Ciganos (São José dos Pinhais)
Para chegar ao loca, pegue a BR-376 e depois a Estrada Velha da Guaricana, percorrendo 22 quilômetros de estada de chão. A trilha até a cachoeira principal tem cerca de 700 metros e é preciso atravessar seis vezes o rio até chegar nela. Além da cachoeira maior, porém, há ainda duas cachoeiras menores e o rio é bem convidativo para um banho.
Cachoeiras da Panagro (São José dos Pinhais)
Uma joia escondida na região. Também ficam próximas à Estrada Velha da Guaricana e os veículos são deixados numa estrada, a cerca de 800 metros do início da trilha. O acesso até a primeira cachoeira é fácil. Para acessar as demais, no entanto, é necessário subir por uma lateral, segurando em raízes e troncos de árvore, o que aumenta a dificuldade.
Cachoeira do Saltinho da Malhada (São José dos Pinhais)
Localizada aos pés da Serra do Salto, apresenta uma trilha leve e rápida, com cerca de 30 minutos de duração, alguns trechos escorregadio e pequenos desníveis. A trilha se inicia após passar por uma estrada estreia, no meio de dois tanqueas de água, e o caminho começa ao lago de um portão.