A greve dos servidores do Ministério da Cultura e suas instituições vinculadas em todo o Brasil completa um mês nesta quinta-feira (29). A categoria reivindica a criação de um plano de carreira para os cargos da Cultura, até hoje inexistente, mesmo após a celebração de vários acordos não cumpridos em 20 anos.

Para marcar a data, os servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Paraná, única vinculada do MinC no estado, farão um ato no Centro Histórico de Paranaguá, conjunto urbano e arquitetônico tombado em esfera federal desde 2009.

A partir das 10 horas de quinta-feira, os servidores se reunirão no pátio do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da UFPR, que ocupa o edifício do antigo Colégio dos Jesuítas de Paranaguá, construído no século XVIII e tombado desde 1938.

Lá será oferecido um café da manhã aos funcionários e visitantes do museu, e quaisquer outras pessoas que estiverem circulando pelo local, a fim de aproximar a população do movimento grevista e do próprio trabalho dos servidores.

Além de estar sediado em um edifício protegido por seus valores históricos e artísticos, o MAE/UFPR se constitui como uma instituição de guarda e pesquisa de bens arqueológicos, e também de difusão do conhecimento sobre saberes, expressões, celebrações dos vários grupos populares e comunidades tradicionais de nosso estado, demonstrando, assim, a abrangência da atuação do IPHAN, que contempla diferentes dimensões do patrimônio cultural brasileiro – do edificado ao arqueológico e também ao imaterial.

Após o café da manhã, os servidores em greve percorrerão outros lugares de referência de Paranaguá para distribuição de panfletos e conversa com a população sobre os motivos da greve e a relevância de sua pauta. O objetivo da caminhada é mostrar para as pessoas, in loco, alguns dos espaços de atuação dos servidores do IPHAN-PR na cidade e o seu papel fundamental na execução das políticas de preservação de seus bens culturais, seja pela fiscalização e apoio à conservação e divulgação do patrimônio material, seja também pelo apoio à salvaguarda do Fandango Caiçara, patrimônio imaterial registrado desde 2012 e que ocorre em vários pontos da cidade, a partir dos grupos sediados na Ilha dos Valadares. Daí a necessidade de que este corpo de servidores públicos, que é a base da instituição e único responsável por executar sua missão, seja valorizado e incentivado a permanecer nela. Na ausência de um plano de carreira, o IPHAN e outras vinculadas do MinC têm sofrido grande perda de força de trabalho, com a evasão de servidores para outros órgãos públicos e posições de trabalho mais atraentes, o que prejudica diretamente a continuidade e fortalecimento das políticas culturais.