
O ex-policial penal Jorge Guaranho, que matou o guarda municipal Marcelo Arruda, chegou ao Tribunal do Júri, no Centro Cívico de Curitiba, por volta das 8h30 desta quarta-feira (12). O julgamento entra no segundo dia. A expectativa é que se tenha uma decisão sobre a condenação ou não de Guaranho nesta quarta ou quinta-feira (13). O réu é acusado de homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e por perigo comum).
Guaranho, defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, matou Arruda, que também era tesoureiro do PT, comemorava o aniversário de 50 anos. O tema da festa era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.
O crime ocorreu em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, mas está sendo julgado em Curitiba após a defesa de Guaranho pedir o desaforamento do caso, ou seja, a mudança de local. A defesa justificou o pedido argumentando que o julgamento na cidade onde ocorreram os fatos poderia comprometer a imparcialidade do júri.
Marcelo Arruda foi morto no dia 9 de julho de 2022, quando fazia uma festa de aniversário para celebrar seus 50 anos de vida. Após um desentendimento com o aniversariante, que era petista (e fazia uma festa temática, inclusive, com alusões à Lula e ao PT), Guaranho, que era bolsonarista, invadiu o evento e matou Arruda a tiros.
A defesa do réu, representada pelo advogado Eloy Doré, nega que o crime tenha motivações políticas. “O crime político foi uma construção feita no momento, na época dos fatos. A defesa entende que isso destoa do que está no processo, é uma construção externa, uma inverdade”, afirmou.
Já a companheira de Arruda, Pâmela da Silva, que estava presente no dia do crime, destacou que a família busca, acima de tudo, justiça após quase três anos. “Nós precisamos que esse júri aconteça, que os jurados conheçam os fatos, não se atenham à questão política, mas aos fatos em si”, disse ela.