
Um guarda municipal de Foz do Iguaçu é alvo de uma investigação por manter um homem de 55 anos em condição análoga à escravidão, em uma tapeçaria de sua propriedade. A vítima teria passado cerca de dois anos vivendo em situação degradante, sem salário, morando no próprio local de trabalho e sob total controle psicológico.
A operação, batizada de Alforria, foi realizada na manhã desta sexta-feira (19) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Paraná. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a vítima foi resgatada e R$ 27 mil foram encontrados na casa do suspeito.
A vítima foi libertada e passa agora a receber acompanhamento social.
Trabalhava sem salário e vivia sem condições mínimas
De acordo com as investigações, o homem era mantido sob vigilância constante, morando em um galpão sujo e sem acesso a higiene básica, alimentação adequada ou meios de comunicação. Para falar com a família, precisava da autorização ou intermediação do suspeito ou de uma terceira pessoa, que também controlava seus horários de entrada e saída.
Não havia registro formal de emprego, pagamento de salário nem benefícios. O guarda municipal ainda teria retido o cartão de benefício social da vítima, sob a justificativa de uma suposta dívida.
Mandados cumpridos com apoio de vários órgãos
A operação contou com apoio da Polícia Científica do Paraná, do Ministério do Trabalho e Emprego e de servidores da Secretaria de Assistência Social de Foz do Iguaçu. A Justiça autorizou buscas em dois endereços ligados ao investigado. Foram apreendidos celulares, documentos e equipamentos eletrônicos que podem ajudar a esclarecer o caso.