A semana começou com um caso de violência contra a mulher que causou grande revolta no Paraná, pelo caso em si, e pela liberação do marido na audiência de custódia. A mulher, de 23 anos, foi resgatada pela Polícia Militar do Paraná (PMPR) em uma casa na área rural de Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ela e o filho do casal, de 4 anos, eram mantidos em cárcere privado há pelo menos 5 anos.
Leia mais:
Prisão preventiva foi decretada
O marido, de 23 anos, preso em flagrante no momento do resgate da mulher, foi liberado na audiência de custódia. No entanto, nesta terça, 18, o Tribunal de Justiça do Paraná decretou a prisão preventiva dele, atendendo o pedido do Ministério Público do Paraná protocolado nesta segunda, 17.
O pedido foi feito por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), nesta segunda-feira, 17.
A Polícia informou que nesta manhã de terça,18, tentou cumprir a prisão preventiva. No entanto, o acusado não foi encontrado no endereço de Itaperuçu.
Áudio da promotora de Justiça Thaís Bueno Martins Ribeiro
Como foi o resgate
O caso, segundo a PM, veio à tona pela própria vítima. Ela encaminhou um e-mail, de próprio marido, uma vez que ela não tinha um dela, pedindo socorro para a Casa da Mulher Brasileira, que oferece atendimento para mulheres em situação de violência.
A instituição procurou a PM, que foi até a residência da mulher, na região rural de Itaperuçu. Lá, com medo do marido, ela negou que estava em situação de violência. No entanto, ao ser questionada sobre o e-mail, em lágrimas admitiu as agressões
Quanto tempo ela ficou em cárcere privado
A PM chegou a afirmar que ela teria ficado em cárcere privado por 8 anos. No entanto, após depoimento dela, a vítima afirmou que foram 5 anos.
O que diz a mulher
Ela contou à polícia que o marido havia instalado uma câmera de segurança na porta da residência deles para vigiá-la e, com isso, impedir que saísse sem a companhia dele.
As câmeras de monitoramento foram apreendidas e encaminhadas para a verificação das imagens para o prosseguimento das investigações.
Ela relatou ainda que o filho de 4 anos presenciava as agressões à ela. Disse que já tinha sido amarrada e asfixiada pelo suspeito em diversas ocasiões.
Como ele havia tirado o celular dela, ela não conseguia falar com ninguém. Ela só tinha acesso a um aparelho que era usado em conjunto com o homem.
Família era conivente
Ela relatou ainda que, embora os familiares soubessem da violência que ocorria, ninguém a defendia. Todos eram coniventes com as agressões, acobertando o marido.
Por quais crimes o homem deve responder
O homem irá responder pelos crimes de sequestro e cárcere privado, dano emocional à mulher e ameaça, todos no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Por que ela não foi resgatada anteriormente
Conforme a PM, a vítima já havia pedido socorro. Há cerca de 15 dias, ele vítima entregou um bilhete pedindo socorro em um posto de combustíveis.
“Me ajude. Sofro muita violência em casa”, dizia o papel.
Segundo a corporação, na época ela não foi encontrada e nem o suspeito. Por conta disso, ela não pode ser resgatada.
O que aconteceu com a mulher
Ela e o filho foram acolhidos e detalhes não serão divulgados para proteger as vítimas.
Pedido de prisão preventiva do MPPR
Ao requerer a prisão do investigado, a Promotoria de Justiça do Ministério Público do Paraná (MPPR) destaca a periculosidade do suspeito e a necessidade da medida para a garantia da segurança da mulher e de seus familiares.
A 2ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul acompanha as investigações sobre o caso para posterior oferecimento de denúncia e atua para garantir que a vítima receba o devido acompanhamento psicológico pela rede local de proteção.