Paraná

Homem suspeito de manter enteada em cárcere por 22 anos na Grande Curitiba acaba indiciado por sete crimes

Catarina Scortecci, Folhapress
Polícia Civil em ação

Polícia Civil em ação (Crédito: Divulgação/PCPR)

O homem de 51 anos preso sob suspeita de manter a ex-enteada em cárcere por 22 anos em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, foi indiciado pela Polícia Civil por sete crimes.

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Segundo a polícia, ele responderá pelos crimes de perseguição, dano emocional, estupro, estupro de vulnerável, cárcere privado qualificado, constrangimento e filmar conteúdo de ato sexual sem autorização.


O nome dele não foi divulgado. A reportagem tenta localizar sua defesa.


Ele foi preso em flagrante no dia 16 de setembro, depois de a vítima buscar uma unidade policial para registrar a ocorrência.


No momento em que a mulher era atendida, ela recebeu ameaças do agressor por mensagens de áudios.
“A prisão aconteceu após a vítima conseguir fugir, alegando que iria a um posto de saúde, e então procurou a delegacia”, contou o delegado Eduardo Kruger.


No dia da prisão, na casa onde viviam, também foram apreendidas as câmeras utilizadas para monitoramento da vítima e vídeos dos abusos no celular dele.


Segundo a investigação, o suspeito era antigo padrasto da vítima e cometia abusos desde quando ela tinha 7 anos. Aos 16, ela teria sido forçada a se casar com ele após engravidar. Hoje ela tem 29 anos e eles têm três filhos.

Além do cárcere, homem obrigava jovem a manter relações com outros homens


Os investigadores também descobriram que o suspeito a obrigava a se relacionar com outros homens e os atos eram registrados em vídeo.


“Ao longo das diligências, apreendemos diversos objetos que ele utilizava ou fazia outros homens utilizarem na vítima durante a prática dos abusos”, disse o delegado.

Segundo relato da vítima, seriam 30 homens. A Polícia Civil afirmou à reportagem que tenta identificá-los.
Com a conclusão do inquérito policial, o caso foi remetido ao Ministério Público, que deve apresentar denúncia contra ele à Justiça Estadual.

Vítimas e filhos estão em lugar seguro


Segundo a Polícia Civil, a vítima e os filhos foram agora “acolhidos e encaminhados para local seguro”.
Ainda de acordo com o inquérito policial, ao longo das mais de duas décadas vivendo na mesma residência, houve agressões físicas e psicológicas, monitoramento por câmeras instaladas na residência e controle sobre o celular e os deslocamentos da vítima.