
Os principais hospitais de Curitiba estão com pronto-atendimento restrito e alta ocupação de leitos comuns e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Alguns estabelecimentos, como Hospital Cajuru, já operam acima da capacidade. Outros, como o Hospital Evangélico Mackenzie, o atendimento no pronto socorro está restrito e não há uma vaga sequer nas UTIs. Os motivos são a disparada do número de traumas, principalmente por acidentes, e o crescimento de problemas respiratórios pela alta de casos de Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) pelos vírus Influenza A, Influenza B e Covid, que estão em alta na capital paranaense. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Prefeitura de Curitiba a pressão é ainda maior por causa das suspeitas de dengue. O movimento nos hospitais aumentou, em média, 30%, e nas UPAs, 25%.
Número de médicos no Paraná dobra em 13 anos; há 3,20 para cada mil habitantes
O Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, que atende particular e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), restringiu o pronto-socorro a somente situações de urgência e emergência e está com ocupação de 100% nos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). São 100 leitos de UTI. De acordo com a assessoria, há muitos casos de trauma e também de problemas respiratórios, além de casos clínicos.
Referência no suporte a vítimas de traumas em Curitiba e região metropolitana pelo SUS, o Hospital Universitário Cajuru informa que o Pronto Socorro e os leitos de UTI operam acima de sua capacidade máxima nesta segunda-feira (08) ainda sem previsão de normalização. Há períodos de restrição dos encaminhamentos devido à alta demanda de emergências tanto clínicas quanto de traumas dos últimos dias.
O Hospital São Marcelino Champagnat, que atende particular e planos de saúde, informa que, nos primeiros dias de abril, o movimento no Pronto Atendimento está 30% maior que no mesmo período do ano passado. O aumento impacta diretamente no tempo de espera nos horários de maior procura.
O Hospital do Trabalhador também segue com lotação máxima, sobretudo com pacientes de trauma. Todos os 30 leitos de UTI para adultos, oito de UTI para recém-nascidos e dois para a UTI pediátrica, estão ocupados. A situação segue sendo monitorada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).
“Nenhum paciente está desassistido”, afirma Sesa
A Sesa ressalta que o Paraná possui um processo permanente de encaminhamento de pacientes de acordo com a demanda e a gravidade de cada caso – é a atuação do Complexo Regulador. “É válido esclarecer, ainda, que nenhum paciente está desassistido”, afirmou a secretaria em nota.
Número de casos de gripe aumenta mais de 1000% no Hospital Pequeno Príncipe
No Hospital Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, o número de registros de Influenza aumentou mais de 1000% de fevereiro para março.

Em fevereiro o Pequeno Príncipes registrou 30 casos de influenza, já em março o número saltou para 348.
Nos primeiros oito dias de abril, 3,1 mil crianças e adolescentes foram atendidos nos Serviços de Emergência da instituição. O número já representa 25% de todos os atendimentos realizados em março deste ano.
Segundo monitoramento do Boletim Infogripe da Fiocruz, a situação tende a piorar nos próximos dias. Tanto o Paraná quanto Curitiba permanecem em alerta máximo para o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em adultos, idosos e crianças;
Suspeitas de dengue pressionam ainda mais as UPAs de Curitiba
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que o monitoramento do sistema de saúde é constante. Ele é modulado conforme a demanda, a gravidade e os tipos de problemas de saúde que surgem.
A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba confirmou que há um aumento de demanda e pressão no sistema causados pelos atendimentos de casos respiratórios, crises hipertensivas e de glicemia, e suspeita de dengue. Ontem à tarde, a fila era grande na UPA do Pinheirinho, como atestou a reportagem do Bem Paraná. O tempo médio de espera, segundo informação de pacientes, era de 4 horas.
Em março de 2024, a média de pessoas atendidas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) foi de 4.285 por dia, um número 25% maior comparado ao mesmo mês do ano passado. Em janeiro deste ano, as UPAs atendiam, em média, a 3.223 pacientes por dia. Ou seja: dois meses depois, as unidades passaram a receber mais 1.000 pacientes todos os dias.
A secretaria reforça à população para que procure as 104 unidades básicas de saúde ou a Central Saúde Já Curitiba, em casos leves ou não urgentes.
“As UPAs são unidades de porta-aberta, ou seja, atendem a todos que as procuram, independente do local de residência do paciente, inclusive moradores da Região Metropolitana. Essas unidades são voltadas ao atendimento de casos graves e de emergências de saúde”, diz a nota da secretaria encaminhada à reportagem do Bem Paraná;
As UPAs trabalham com um sistema de classificação de risco. Assim, aqueles pacientes com queixas mais urgentes são priorizados, enquanto os demais casos podem aguardar mais tempo.